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sábado, 18 de junho de 2011

A passadeira central

Chegaram assim. Sem aviso. Numa plácida e queda Quinta-feira. Máquinas, tubos, pedras, camionetas e camiões, tractores, contentores e afins. Tudo aqui à frente de casa. Tudo aqui na "praceta", tudo aqui na "quinta".

O burburinho cedo começou. Que se passa? Que se passará? Que vão fazer aqui? O mistério adensava-se à medida que os dias iam passando e cada vez se via mais parafernália. Gente... nada. Veio o fim-de-semana. Nada.

Veio a Segunda, veio a Terça, a seguir a Quarta e a Quinta... nada.

Veio a Sexta. E com ela cartazes. "Obra a cargo da Junta de Freguesia". Por baixo um desenho técnico das obras que se iniciariam e que todos foram ver. Uns juravam a pés juntos que seria um jardim. Outros garantiam que aquilo era um fontanário. Outros um parque infantil. Outros, mais cautelosos, aventavam que seria "uma merda qualquer".

Uma semana e meia depois começavam os trabalhos.

Com uma precisão mecânica suiça, impreterivel e impressionantemente, chegavam todos os dias entre as oito e meia e o meio-dia menos um quarto. Ao meio-dia paravam.

Dois africanos, um magrebino e um europeu de leste.

Se chovia, paravam os trabalhos para se abrigarem da água.

Se estava sol, paravam os trabalhos para se abrigarem dos mortíferos raios solares.

Se estava nublado, paravam os trabalhos para se abrigarem da depressão.

Feliz ficou o dono do café da esquina que no período da manhã começou a aviar não só os sempre monótonos cafés, mas as fresquinhas "mines" que saiam ora à cadência dos raios de sol ora à cadência das gotas de chuva. Ou disfarçadas na bruma.

Muitas vezes também os quatro trabalhadores viam-se forçados à incrível e cruel injustiça de terem que levantar o recto do tabique e correrem(!!!) para a obra porque vinham os 8 coletes amarelos que por uma hora os cercavam. Dois representantes da Junta, um representante da Cãmara Municipal, um arqueólogo, um engenheiro, o "dotôr", um fiscal camarário e um tipo que ainda que com colete amarelo e capacete enterrado nos cornos, nunca fez outra coisa senão estar ao telemóvel.

A coisa durou 7 semanas.

Na oitava semana apareceu a grande placa: "Passadeira Central".

Pois foi. Dois meses e uns valentes milhares de Euros depois, surgiu uma passadeira/lomba de proporções himalaicas em calçada e alteração dos parqueamentos. A "passadeira central" liga nada a coisa nenhuma. Nem os cães lá passam. Perderam-se mais de 15 lugares de estacionamento. O camião do lixo já não consegue passar. O camião da reciclagem já nao vem. Os carros mais baixos batem no asfalto se vão a mais de 3 Km/h.

Mas estamos muito mais felizes. Podemos morrer em paz.

Temos uma passadeira central.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O GPS (Gente Parva, Seguramente)

Dei comigo (pois fazer mil e tal km de carro em três dias só acompanhado pelo cão dá nestas coisas) a teorizar sobre esse instrumento portátil de navegação que é o GPS.
Ao que parece não ter GPS no carro hoje em dia é o mesmo que não ter casa ou não ter roupa interior lavada.

- Tu, com os milhares de Km que fazes, NÃO TENS GPS? NÃO ACREDITO.... (esgares de espanto/pânico/incredulidade).

Ora bem, a verdade é que não tenho. Confesso que o último telemóvel que comprei tem GPS integrado, e até achei piada à coisa. Até decidir experimentá-lo algumas vezes em situações em que ele, hipoteticamente, seria da mais extraordinária utilidade. Pois bem, queria eu em Lisboa ir para o Paço do Lumiar e dou comigo a percorrer ruas em contramão, a chamar nomes ao objecto por me mandar virar em sítios onde não havia cortadas, a sair em rotundas que não existiam.... na Portela de Sacavém.

Pois bem, eu não digo que o instrumento seja absolutamenente odioso. Provavelmente há é incompatibilidades entre mim e o bicho.

Ora vem também isto à colação na medida em que há uns meses, com uma colega, a ideia era estar em Barcelos às 9H30 da madrugada. Vamos no meu ou no teu carro? Fomos no dela ("Sim, porque tenho Via Verde E GPS!!!!).
E lá fomos nós, com o pequeno electrodoméstico a debitar a voz da Carla Rocha - sim, a moça da RFM quem eu nunca pensei ser capaz de prestar estes serviços - por esse Minho fora, mas cá me quer parecer que a boa da moça tinha tido um jantar "pesado" na véspera (Ó Carla, isso foi das misturas), pois só assim consigo perceber também termos andado às voltas ao comando da voz da Carla Rocha (Carla, este cheiro no carro é o teu bafo a gin?), passando por sítios onde Deus nunca esteve, (Ó Carla, que raio andaste tu a beber?) para darmos connosco em ESPOSENDE a ver o mar. Foi aí que decidi que bastava e fui perguntar a um café quer a direcção certa, quer pedir uma água das pedras bem fresca para a pobre da Carla, que já estava rouca e seguramente a ressacar.

Ainda ontem constatava que a maioria dos carros que me ultrapassava na A2 tinham GPS e estava ligado! Mas por favor, alguém que já tenha dado com a entrada da A2 (ou outra Auto-estrada qualquer) precisa de fazer umas centenas de Kms com aquilo ligado PARA QUÊ? Se há sítios com indicações neste país são as auto-estradas.

E assim persistirei na minha teimosia de não adquirir um brinquedo desses, e andando como sempre, meio perdido, meio achado, e quando tiver que ser, encosto e dou-me ao puro prazer de uma arte, quiçá desporto nacional que se está a perder que é o do "SÁCHAVOR... para X?", sabendo que posso ouvir desde as indicações mais precisas, passando por um "vira ali ao pé da casa da jacinta que agora já não está com o Teotónio pois ele foi para A França e não voltou diz-que arranjou lá uma sirigaita que é prima do manel do talho que é onde vira logo à esquerda e uns metros à frente quando vir o Joaquim perdido de bêbado encostado ao semáforo pois anda assim desde que descobriu que o filho anda metido na droga vira à sua direita e CONTROLA a rotunda e sai na segunda ao pé da casa da ti prudência que coitada já não tem para os medicamentos que eles são uns gatunos uns ladrões e ela trabalhou a vida inteira e agora é isto", até ao derradeiro "Vai para o Car***, ó pá!"

SIC ITVR IN URBEM....

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

E assim começa

Às vezes não me apetecia ter carro. Sei lá, só preocupações, chatices e gastos. Poluição, manutenção combustível. Seguros, revisões e inspecções...

Apetecia-me ter uma chaimite. Isso sim! Por aí fora, a uma velocidade máxima estonteante de 99 Km/h!!!!
Louco!
E seria tão mais feliz! É que assim já não teria que travar bruscamente por causa dessa grande besta do Clio hoje de manhã, às 9H30, com a matrícula acabada em BG.
Sim , é para ti Ó GRANDE BESTA, a quem tive que mudar a profissão da mãe (ou não....)

Deixa-me só poupar uns trocados, fazer meia-dúzia de telefonemas, e pode ser que nos encontremos por aí.

E como sói dizer-se nesta nossa língua já moribunda... HÁDES VER, HÁDES!!!!!! (deve ser assim que se escreve)