quarta-feira, 2 de setembro de 2009

É frutóooo chocolate




Verdade seja dita que a oferta comercial ululante pelo areal é incomensuravelmente diferente da que sempre estive habituado no vetusto Algarve. Sim, está certo que há anos e anos o "Mustafá" (nunca soubemos o seu verdadeiro nome) calcorreia o areal da praia desde Monte Gordo a Manta Rota vendendo “escarpet, maria”, “oroloj bon” e “ocles moda”. Ora os auctóctones aqui também contam com lenços e pseudo-artesanato. Contudo, e agora vem a grande diferença, é que enquanto na nossa terra sem um tipo dar por isso chega o exército dos “bolinhaaaaaaaaas, com creme e sem creme”, “pastéis de nata, pastéis de amendoaaaaaaaa”, por estas bandas africanas (insisto nisto até que os dedos me doam), há uns moços que trazem e tentam vender.... fruta fresca! Ele é mangas, ameixas, bananas, uvas e outros frutos com ar verdadeiramente saudável e delicioso,não fosse andarem a fazer isso debaixo de 45 graus e eu poder adivinhar que o efeito de comer uma frutinha assim tão boa e fresca, será o equivalente a tomar de “penalty” 5 doses de laxante para elefante.
Agora o que verdadeiramente surpreende é que de meia em meia hora aparece um senhor agente da autoridade montado a cavalo que zela pela segurança de tudo o que é turista como eu, num vai-vem pela praia. O desgraçado vendedor de fruta ainda tenta esconder-se atrás dos bares e estruturas de praia, mas a autoridade, com a sua sagacidade a cavalo, depressa o vislumbra e chama.
Discutem um pouco e o tipo montado na cavalgadura insiste que o outro o terá que seguir para pagar uma multa. E começa a procissão. Cavalo, polícia, fruta e vendedor pelo areal fora até ao posto da autoridade.
Invariavelmente também, poucos minutos depois, o vendedor regressa ao seu calvário, apregoando as virtudes da mercadoria, não sabendo eu se o haveria de admirar pela perseverança, se pela estupidez de teimosia.
E a história repete-se durante horas....
Antes de me virar para o outro lado e adormecer de cansaço cerebral, chegou-me a resposta clara e óbvia:
Ou o negócio rende como o caraças, ou a multa é a preço de banana.

1 comentário:

  1. Vai-se a ver e a multa é paga EM bananas... (uuuiiiii o paninho pra mangas que isto dá....)

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