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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Romeiros

Daqui vejo-os passar todos os dias da semana. Já lá vão quase três anos. Os romeiros.

No início eram só dois, os coitados.
Depois começou a chegar mais família, a desgraçada.
Nasceram filhos, os pobres.
E todos os dias é a mesma romaria, tristes.
Cerca das dez e meia da manhã, madrugadores.
Passam para lá, cabisbaixos.
Cerca do meio-dia passam para cá, apressados.
Depois, lá pelas suas duas e meia, voltam para lá, a trote.
Por fim, lá por volta das suas quatro da tarde voltam, exaustos.
Todos os dias. Todos os dias.Todos os dias.
E cada vez mais, multiplicados.
Agora são pais, tios, sobrinhos, afilhados, vizinhos, padrinhos, amigos ou não, não sei.
Todos os dias para lá, todos os dias para cá, enfim.
Um dia tive curiosidade para onde iam, estúpido.
E segui-os discretamente, otário.
E afinal sentam-se todos juntos, qual acampamento nómada, organizados.
E pedem, pedincham, choram, gritam, desvalidos.
E as mulheres metem a mama de fora para publicamente amamentar as crias, infelizes.
E os homens fazem expressões de dor e de pobreza, desafortunados.
E as moedas vão caindo, tilintando.
E quem não dá nada é insultado, bem-feita.
E quem nada dá leva com uma maldição, pois claro.
Pobres romeiros. Em português só sabem pedir, naturalmente.
Tudo somado, recebem em subsídios da Segurança Social quase mil e quinhentas notas por mês, míseros.
E eu assisto à quotidiana romaria, imbecil.
E percebo que assim não vamos a lado nenhum,  néscio.



sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ventos de mudança (ou como tento desesperadamente manter este blog, escrever coisas sérias, oportunas ou não, ou como um título pode ser enorme)

Tenho seguido atentamente a actualidade internacional, nomeadamente estas "revoluções" que se iniciaram na Tunísia, tendo-se alastrado, umas com mais sucesso, outras com mais insucesso, ao Iémen, Egipto (com P), Bahrein, Irão e Líbia.
Temo que estes ventos de mudança sejam prenúncio não de uma bonança mas de um vendaval ou de uma borrasca digna de alerta vermelho pela nossa protecção civil.
A verdade é que vejo atónito as reportagens jornalísticas de cadeias de televisão de todo o mundo (fiz questão de ir vendo o ponto de vista da CNN, da BBC, da RAI, da Al Jazeera, e claro está, das nossas portuguesinhas). É escandalosamente visivel a histeria de jornalistas e comentadores que falam à boca cheia de "liberdade", "democracia", "nova era", "despertar", etc, etc.
A verdade é que por mais que me custe, não consigo ver o rosto de uma oposição, de uma ideia séria por trás destes movimentos. Já não sou inocente o suficiente para acreditar que são manifestações espontâneas de "descamisados". O ocidente lança foguetes e apanha canas a cada dia que passa, subestimando (o que é muito mau) ou ignorando (o que é pior) o que está por trás de todo este processo. Curiosamente (exceptuando o Irão) todas estes tumultos se dão em países em que a pseudo-democracia (não nego que nenhum deles seja uma oligarquia ou ditadura encapotada) é manifestamente pró-ocidente e onde os costumes e fanatismo islâmico é mitigado. Ora isto leva-me a crer, vendo que a Irmandade Muçulmana já começa a assomar ao postigo da oportunidade, que se a coisa estava mal, pode efectivamente piorar. Não deve o ocidente já congratular-se com a mudança quando esta pode trazer um pesadelo. É que ninguém parece lembrar-se que a Irmandade Muçulmana era precisamente e de uma forma aberta, contra os regimes da Tunísia, Líbano, Egipto, Líbia e Marrocos (does that rings a bell????) por serem demasiadamente pró-ocidentais, sendo o lema da organização: "Deus é o único objetivo. Maomé o único líder. O Corão a única Lei. A Jihad é o único caminho. Morrer pela Jihad de Deus é a nossa única esperança".
Tenho medo. Muito medo que estes barulhos de estouros que ouvimos e que cremos que sejam de foguetes a comemorar a liberdade não sejam o aviso dos estouros que ouviremos nas nossas ruas e nas nossas cidades daqui a pouco quando os países "libertados" revelem verdadeiramente as suas intenções para connosco.

Deus, Alá, Buda, Shiva, ou quem quer que seja que interfira com isto, que meta juízo naquelas cabeças. Por favor.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sabes?

Sabes?
Sabes quando pensas que por um minuto, por um instante, podes pensar em ti, porque não estás bem, porque parece que tudo bateu no fundo, sabes?
Sabes quando por um momento, esqueces aquela história de que a esquerda não saiba o que a direita deu? Sabes?
Sabes aqueles momentos em que não é querer cobrar, mas querer por precisar de colo e atenção, de um favor, sabes?
E dás por ti a pensar em tudo o que fizeste. Está certo, foi tudo desinteressadamente, foi tudo de uma forma perfeitamente gratuita e altruísta, foi tudo porque és assim, e foi assim que te ensinaram a ser: Dar sem esperar receber. Sabes?
Sabes quando a tua fortaleza, a tua muralha começa a dar de si, fraqueja, duvida das bases que outrora pensavas sólidas, sabes?
Sabes quando num instante tudo te parece negro e pedes, quase sem saber como fazer, ajuda? Sabes?
Sabes quando tomas consciência que não sabes pedir ajuda porque durante tanto tempo foste tu que ajudaste mesmo que não te tivessem pedido?
Sabes?
Sabes o que é lutar com os teus demónios interiores porque te sentes incapaz de por ti só continuar a carregar o mundo (o teu e o dos outros) às costas? Sabes?
Sabes quando precisas mesmo mesmo MESMO e tens, de modo atabalhoado, que pedir ajuda, pois o teu jugo é demasiado? Sabes?
Sabes quando parece (e eu tenho só a certeza que não) que o teu Deus te abandonou?
Sabes?
E sabes quando tens de resposta um “epá não posso”, um “epá, não da jeito”, um “epá, não calha” um “epá....”?

Pois. É Fodido.
Mas é quando és fraco que és forte. E manda tudo e todos à merda por uma vez e preocupa-te contigo. Só contigo. Porque podes, porque calha, porque assim aprendes. E constróis-te mais sólido que nunca, e não contes com os outros. Porque se o queres feito, tens que ser tu a fazê-lo, mas da próxima vez, antes de pré-ocupares e te preocupares trata de ti, cuida de ti, mima-te, que já mereces.

Já sabias disso, não sabias?

E porque esperaste até hoje para te amares?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Nem sei que diga

Depois de ler isto não sei que pense. Não sei se de facto estamos a caminhar para o fim, ou se isto é um plano bem arquitectado para esta gente nem vir a saber o que é um défice, o que são especuladores, ou o que se passa à sua volta pelo simples facto de não saberem raciocinar, pensar, ou somar 2+2.

Medo. Muito medo.....

Mas lá estatística temos!!!!

terça-feira, 13 de julho de 2010

É um Euro por favor....

Há situações em que não sei se venere os valores que os meus santos progenitores me incutiram ou se, pelo contrário, me sinta desfazado da realidade que vivencio.

Por acaso estava de fato (que é adrajo que não gosto de vestir embora seja suposto andar com ele quotidianamente, mas por vezes, ou por necessidade extrema ou porque noblesse oblige lá tem que ser e sempre arejam....) e estava a sair de um prédio de escritórios. Atrás de mim uma senhora com idade para ser minha mãe e estando eu à frente, como sempre, abro a porta e seguro-a, dando passagem à senhora dizendo (ainda por cima) "Faça o favor...".
Ora a gaja, nem para mim olha, passa como se nada fosse e sai. Nem uma palavra, nem um olhar, nada...
Este que aqui vos relata, que como já é notório também não joga com o baralho todo (e um dia destes ainda lhe corre mal a vida por força dos ímpetos), sai na peúgada (o que eu gosto desta palavra...) daquela tipa e começa a gritar "Ó se faz favor, ó se faz favor". Quis o destino que a fulana parasse e olhasse ao mesmo tempo que, chegando a ela lhe digo "É um Euro por favor..."
- Como?
- É um Euro...
- De quê?
- Sabe... Tenho a certeza que não reparou, mas o prédio não tem porteiro. Eu próprio não tenho vocação para porteiro e a minha farda quanto muito é de mecânico de automóveis como pode reparar (apontando para a minha camisa imaculada e gravata condizente). Assim, e visto que não quero acreditar que além de uma grande mal-educada nem um obrigado sabe dizer a quem lhe abre e segura a porta, como estamos em crise e a vida custa a todos só me resta cobrar-lhe pelo serviço. É um Euro por favor.

E a filha de uma grande meretriz ainda meteu a mão na carteira...

Disse-lhe:

- Guarde e meta-a.... (pausa intencional) no sítio, que nem todo o dinheiro que tem ou terá pode pagar aquilo que não sabe o que é: educação.

Ando farto de gente malcriada.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dúvida existencial

Há coisas que me intrigam e me deixam num abismo de dúvidas.

Decidi vir almoçar a casa.

Está calor. A rua cheira a bifes, a entrada do prédio cheira a sardinhas assadas, e agora mesmo no elevador do prédio em plena hora de almoço, fiquei sem saber se devia deliciar-me, se enojar-me.

Ou alguém estava a fazer um arroz super condimentado ou alguém tinha feito um refogado debaixo dos braços.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Tungas!!!!!

E pronto.

Já estou rouco, um pouco louco e ainda não eram 15H00 com 10 minis "no bucho".

Mas foi lindo!!!!! 7-0!!!!

Caso aquele que diz que é engenheiro ( o sr. pinto de sousa) vier ler isto, fica aqui a versão para ele:

jiá istiou rioco, um biocadinhio lioco e andia nião eriam 15h00 quiom diez mienies niu biucho.

Mias fioi lindiú!!!! siete a ziero!!!!

sábado, 12 de junho de 2010

Pensamento de fim-de-semana

Ainda o Mundial não tem dois dias e já os assaltos a Delegações, Atletas e Jornalistas são o que abre noticiários.
Com esta farta vilanagem algo me diz que no fim do campeonato o PIB da África do Sul vai aumentar 78%.

terça-feira, 8 de junho de 2010

As mulheres são umas falsas...

... e os homens são uns cínicos.

Penso que é pacificamente aceite que assim é. Já não é de hoje...

Em menos de três horas presenciei duas cenas fabulosas que ilustram bem a coisa.

Cena 1: Com o fantástico dia de Fevereiro que esteve hoje, e com os olhos trocados de tantas horas em frente ao computador, decidi ir dar uma volta para "apanhar ar". Entrei num daqueles quiosques de vão de escada para ver alguns títulos de jornais, quando assisto à chegada de uma amiga da proprietária. Muito saltitante, muito ofegante, vira-se para a lojista:

- Que tal? Que tal? Ficou bem, não foi?
- Estás mesmo gira!
- Achas mesmo?
- Ó Filha! Até pareces outra! Foste ao meu salão? Foi a Ilda ou a Dina?
- Foi a Dina... mas eu não queria tão curto nem era bem desta cor....
- Não digas asneiras! Estás giríssima! E esse casaco? É novo?
- Sim!
- Ficas o máximo!
- Olha vou andando que ainda tenho que apanhar o autocarro das quatro...
- Vai com Deus! E parabéns! Fica mesmo bem!

Ainda a outra não tinha passado a ombreira, a senhora do quiosque vira-se para mim, que não me conhece de lado nenhum e diz:

- O senhor já viu isto? Uma mulher casada e com filhos naqueles preparos? Isto é uma vergonha! E viu a cor daquele cabelo? Se fosse minha filha trancava-a em casa 15 dias... são umas ordinárias... parecem todas umas cadelas com o cio....


Cena 2: Café. Mesas quase coladas umas às outras. Ao meu lado um casal nos pré-quarenta, com direito a afagos mútuos:

- Mor... estou tão gorda...
- Deixa lá isso....
- A sério. Olha para isto. Nem vou ter coragem de ir à praia este ano.
- Deixa lá isso...
- É que estou mesmo gorda. Nem roupa de verão quero usar.
- Não faz mal. Eu gosto de ti na mesma. Soube-te bem comer que nem uma porca durante todo o inverno, não foi? Isso é que é importante...


..................


Há dúvidas?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Depois da entrevista e olhando ao meu redor

(imagem retirada de revolucionaria.files.wordpress.com - qualquer questão relacionada com direitos de autor, a imagem será imediatamente removida)


Depois de ver a entrevista do sr. pinto de sousa (vulgo Eng. José Sócrates) veio-me à memória o poema de Augusto Gil - Luar de Janeiro - em que me inspirei para a asneirada que se segue. Augusto Gil, seguramente num lugar muito melhor, que me perdoe a corruptela...



Mentes rude, rudemente
E dizes que mentes por mim
Será desespero? Será propaganda?
Propaganda não é certamente
E eu já não aguento ver-te assim.

É talvez o desvario:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma palavra da tua boca
na estranha entrevista
convencia um ceguinho...

Quem mente, assim, rudemente,
com tão estranha naturalidade,
que todos ouvem, que todos sentem
Não é desespero nem propaganda
é de quem não sabe o que é a realidade.

Fui ver. O País estava à deriva
a cada dia só piorava
o abismo estava próximo
quanto tempo mais de agonia
até o mentiroso nele mesmo não acreditava

Olho-o através do televisor
Pôs tudo da cor do paraíso.
Passa o tempo e chega o terror
da crise que não lhe tira o cínico sorriso
das palavras de rancor...

Fico olhando esses sinais
do pobre povo que te ouve
e noto, que nos tomas por anormais
em traços caricaturais
que terá que se fazer caldo verde sem couve...

E com os pés sem que calçar
a crise a todos nos deixará
insistes que isto está a andar
mesmo que se esteja a afundar
e nos abandonas aos Deus dará

Pois sabemos que és mentiroso
e sofreremos mil tormentos, enfim!
Mas o povo, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padece assim?!...

E um infinito desespero
uma profunda frustração
entra em mim, fica em mim e dá tristeza
Não há comida na mesa
e cai esta Nação.

Disse.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aquele que tem nome de planeta já está na Europa

Aquele que tem nome de planeta já chegou. Já está na Europa. Não está em Portugal, mas aqui ao lado.
Aquele que tem nome de planeta é um rapaz com quase trinta anos do Benim.

Aquele que tem nome de planeta foi encontrado há muitos anos nas ruas de Cotonou, abandonado como tantas outras centenas de crianças com tenra idade por ali. Por nao haver dinheiro para as sustentar, por não terem ainda força suficiente, ou simplesmente porque não cabem naquilo a que chamam "casa".

Foi recolhido por frades franciscanos que têm um projecto de acolhimento e desenvolvimento. Daqueles que não são pedófilos (que os há e tantíssimos), que há mais de 20 anos deixaram a sua Europa e não regressaram e provavelmente nem as suas cinzas para cá voltarão. Daqueles que abraçaram a sua vocação e a incorporaram no dar a vida pelos outros. Uma missão de vida e para toda a vida.

Aquele que tem nome de planeta cresceu naquele centro de acolhimento, aprendeu um ofício, tornou-se educador dos mais novitos que iam chegando. Ali naquele centro pode durante muitas semanas não haver carne ou legumes frescos, mas não falta afecto, amor e um sentimento de protecção e fraternidade. Um lar.

Aquele que tem nome de planeta está doente. E graças a uma pessoa que foi como voluntária para lá durante uns meses, agora está na Europa para lhe serem feitos exames, intervenções cirúrgicas e os tratamentos que necessitar.

Mas nem tudo são rosas para aquele que tem nome de planeta.

Para lhe darem o visto e ser autorizado a sair do seu país até um ministro do Benim telefonou pessoalmente para o Hospital a fim de saber se era verdade que os exames estavam marcados.

Aquele que tem nome de planeta tem uma doença estranha e rara. Dizem que são tumores, mas que em teoria não são malignos pois com sete anos consecutivos de bolsas de carne a sairem do corpo, se fosse maligno já estaria morto.

Em Paris, onde tinha que mudar de avião desconfiaram dele e obrigaram-no a mostrar o que levava escondido debaixo da roupa, que não acreditavam que fosse um tumor. E ele publicamente teve que ostentar a sua vergonha, a sua doença e humilhar-se.

Está em Espanha. Tudo é estranho. Tudo é confuso.

E nas primeiras duas semanas tem sido muito complicado. Está numa casa particular, da voluntária, e tudo é muito estranho. É como ter uma criança e um idoso com alzheimer na mesma pessoa.

De um primeiro momento de susto e medo pelo tamanho dos prédios, pela quantidade de carros , sons e odores completamente novos, estranhos, e nem todos bons, até ao caos organizado do quotidiano urbano. Tudo é novo e assustador.

E é ter que explicar que não é magia nem produto diferente da fatia de pão que se coloca numa torradeira o que de lá sai.

É explicar que não são as paredes que se movem, antes uma caixa onde cabe gente dentro que é elevada ou descida de alturas diferentes para facilitar a mobilidade. E que não vai acontecer nada de mal naquele cubículo. E que se chama elevador.

É ter paciência infinita para explicar o que são e qual a diferença entre um frigorífico e uma máquina de lavar a louça. E entre esta e a máquina de lavar a roupa. E que não, não é a melhor solução meter os cereais (que servem para comer, aquelas partículas estranhas) dentro da máquina de lavar a louça e que não vale a pena pôr panelas e roupa suja juntas.

E é ver um sofrimento humano, contido numa débil condição física que mesmo aprendendo a vida da ocidental Europa à velocidade da luz, sente falta dos cheiros e das vistas de África. De alguém que não ousa sair sozinho de casa com medo do que este louco mundo lhe pode fazer lá fora. E assim, cirandando entre quatro paredes, no silêncio do sofrimento na carne, começa a sentir a dor na alma - mais difícil de domar e que nenhum analgésico consegue diminuir - e ora se refugia nos braços de morfeu durante horas sem fim, ou qual criança, goza da magia de uma "play station" que não percebe como funciona mas o que interessa é que há uma vida ali que o faz esquecer a vida real.

Aquele que tem nome de planeta já fez análises, biópsias, exames, no meio de curandeiros estranhos que não cantam nem dançam enquanto estão à sua volta. Num ambiente totalmente asséptico mas muito pouco ascético, sem fogueiras nem animais, sem sol, sem mar.

Aquele que tem nome de planeta está à espera dos resultados a qualquer momento.

Aquele que tem nome de planeta está à espera que os curandeiros esquisitos ditem a sua sentença. Que seja qual for, quererá cumprir no chão da sua terra, com os cheiros com que nasceu, debaixo do sol que o fez ser como é.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Pausa nas notas sobre a viagem

Caríssimos:


Aqui me penitencio pelo meu longo silêncio, prometendo de joelhos e flagelando-me caso isso não aconteça, as últimas (muitas, contudo) "notas de uma viagem" para o dia de amanhã.


Esta pausa nas "notas" deve-se tão somente ao facto de ter andado extremamente meditabundo, sorumbático e introspectivo nos últimos dias pois tomei consciência da realidade nacional (e tremem-me as extremidades digitais só de pensar no que poderei dizer em quatro dúzias de palavras acerca do assunto), bem como pelo facto de (ainda não faz 10 minutos) ter chegado a casa depois de um diluviano passeio canino e à porta do prédio estarem 4 múmias, 2 freiras, 3 putas, 1 padre e O capuchinho vermelho a bloquearem-me a entrada. Ainda pensei que fosse do sistema nervoso ou dos novos suplementos que estou a tomar. Mas não. Parece que é o tal de Luso-Carnaval.
Até amanhã.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A crise

Um tipo percebe que isto foi mesmo ao fundo quando na loja do costume a besta da empregada do costume que costumava estar, como de costume, empalada (sim, empalada e não empalhada, que é coisa diversa) atrás do balcão do costume e não cumprimentava ninguém, sempre com as trombas do costume, com cara de sou-boa-demais-para-aqui-estar-e-o-meu-sonho-é-ser-miss-Portugal, quanto muito só dizia um “faxavor” que nem se ouvia, vem ter connosco, sorriso nos lábios e solta um “Esteja à vontade e se precisar se ajuda é só dizer!”


Bem vistas as coisas a crise até trouxe coisas boas....

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

É impressão minha ou...

... a sociedade protectora dos animais deve estar a dar pulos de contente pela nomeação de Dulce Pássaro para ministra do ambiente?

É impressão minha....

... ou nomear Isabel Alçada para ministra da educação é tentar começar a escrever desde já "Uma Aventura" na educação?

É impressão minha ou....

É impressão minha ou....

....nomear Augusto Santos Silva para ministro da defesa é deixar o homem que diz gostar de malhar na direita muito perto de armas e explosivos?