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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Informação em demasia

A tendência natural que tenho para apreender informação em demasia, sobretudo a que NÃO QUERO SABER, se num primeiro momento pode ser engraçado, agora é insuportável.

Acorda este vosso servo com um barulho semelhante a uma roçadeira ou rebarbadora ou serra eléctrica ou semelhante.
Vinda do andar de cima.
Uma coisa assustadora, que me fazia crer que se assistisse ao vil desflorestar da floresta amazónica o ruído seria o mesmo. E não parou por mais de quarenta minutos.
Obrigado a levantar-me um pouco mais cedo do que queria por força de tão penosa banda sonora, decido ir tomar café à esplanada do tasco ali ao lado.
Reparo que um grupo de moças, para quem (graças ao altíssimo Deus) o pudor é um conceito desconhecido, lança impropérios contra a amiga que está a atrasar a saída em direcção à praia.
E eis que chega a minha vizinha de cima. Era dela que estavam à espera.
Começam imediatamente, furibundas, a pedir explicações para o atraso.
"Estive a fazer a depilação até agora, que isto estava um desastre", disse.

Caiu-me tão mal o café...


terça-feira, 23 de novembro de 2010

As oliveiras e os ataques cardíacos

Nunca nestes anos de vida achei que as oliveiras pudessem ser vis, torpes, traiçoeiras e cheias do mal. Eu que desde sempre tive paixão por oliveiras (e já agora, castanheiros) e sempre me pus a observar e a acariciar esses belos muitas vezes centenários e milenários espécimes das Oleaceae.
Pois bem, as sacaninhaas são capazes das coisas mais atrozes. As aparentemente inofensivas oliveiras são capazes de provocar ataques de pânico como quem vai daqui para os S.O. com príncipio de ataque cardíaco.
Noite. Último passeio do cão. No jardinzito já famoso porque muitas vezes dele aqui falei. Os candeeiros, coitados, dão a luz que lhes permitem dar. Pouca.
Aos saltinhos na relva, tento driblar os montinhos de bosta dos outros cães. Esquerda, frente, direita, lado...
Mas ninguém poda as oliveiras. Ninguém apanha as azeitonas que elas carregam. E assim, as negras azeitonas vão caindo ao sabor do vento.
E quis a sina que duas delas caíssem em cima duma bosta enorme e já espalmada. E quis a fortuna que ficassem quase lado a lado. E quis o fado que eu, na bruma, olhasse para o chão.
E quis o destino que visse uma bosta gigante com dois imensos olhos negros a olhar para mim com um ar reprovador e assustador.
E quis Deus que o meu coração aguentasse.
E quis a economia caseira que ainda houvesse whisky em casa para acalmar os nervos.
E quis o uísque que me pusesse "uisquisito" e me tivesse dado para vos relatar esta merda.
E que a partir de agora o azeite me vá saber mal.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

É muita informação junta

E não é que aqui descobri a foto do filho do CR7?


Cristiano, rapaz, tens que dizer a quem é que o puto sai. Ao segurança ou ao jardineiro?....




terça-feira, 13 de julho de 2010

É um Euro por favor....

Há situações em que não sei se venere os valores que os meus santos progenitores me incutiram ou se, pelo contrário, me sinta desfazado da realidade que vivencio.

Por acaso estava de fato (que é adrajo que não gosto de vestir embora seja suposto andar com ele quotidianamente, mas por vezes, ou por necessidade extrema ou porque noblesse oblige lá tem que ser e sempre arejam....) e estava a sair de um prédio de escritórios. Atrás de mim uma senhora com idade para ser minha mãe e estando eu à frente, como sempre, abro a porta e seguro-a, dando passagem à senhora dizendo (ainda por cima) "Faça o favor...".
Ora a gaja, nem para mim olha, passa como se nada fosse e sai. Nem uma palavra, nem um olhar, nada...
Este que aqui vos relata, que como já é notório também não joga com o baralho todo (e um dia destes ainda lhe corre mal a vida por força dos ímpetos), sai na peúgada (o que eu gosto desta palavra...) daquela tipa e começa a gritar "Ó se faz favor, ó se faz favor". Quis o destino que a fulana parasse e olhasse ao mesmo tempo que, chegando a ela lhe digo "É um Euro por favor..."
- Como?
- É um Euro...
- De quê?
- Sabe... Tenho a certeza que não reparou, mas o prédio não tem porteiro. Eu próprio não tenho vocação para porteiro e a minha farda quanto muito é de mecânico de automóveis como pode reparar (apontando para a minha camisa imaculada e gravata condizente). Assim, e visto que não quero acreditar que além de uma grande mal-educada nem um obrigado sabe dizer a quem lhe abre e segura a porta, como estamos em crise e a vida custa a todos só me resta cobrar-lhe pelo serviço. É um Euro por favor.

E a filha de uma grande meretriz ainda meteu a mão na carteira...

Disse-lhe:

- Guarde e meta-a.... (pausa intencional) no sítio, que nem todo o dinheiro que tem ou terá pode pagar aquilo que não sabe o que é: educação.

Ando farto de gente malcriada.

sábado, 12 de junho de 2010

Como perder um Amigo em menos de 5 minutos

O M. era um amigo. Aliás, o M. era um Amigo. Daqueles com maiúscula, daqueles verdadeiros. O M. é um engenheiro super competente e super trabalhador. E como tal é chamado várias vezes para resolver problemas sérios, daqueles que ninguém consegue resolver.


Numa fábrica deste país, uma máquina super importante avariou. E pelos vistos era uma avaria grave. Depois de muitas tentativas, e quase em desespero, decidiram chamar o M.


Na fábrica estavam todos quase em histeria. Havia compromissos a cumprir e se a máquina não voltasse a trabalhar rapidamente rolariam cabeças, diziam. As consequências seriam desastrosas.


O M. conseguiu pôr aquilo a trabalhar num instante, e contou-me isso com alegria. Que máquina era, perguntei-lhe (estando nesse momento longe de ouvir uma resposta que faria com que desligasse imediatamente o telefone e que com isso caísse também por terra toda uma amizade de mais de 10 anos).


Era a única máquina no país que fazia as pu#%$"s das cornetas!!!! (vulgo vuvuzelas).


"Vai pró cara#%@ ó M.!"


Adeus.

terça-feira, 8 de junho de 2010

As mulheres são umas falsas...

... e os homens são uns cínicos.

Penso que é pacificamente aceite que assim é. Já não é de hoje...

Em menos de três horas presenciei duas cenas fabulosas que ilustram bem a coisa.

Cena 1: Com o fantástico dia de Fevereiro que esteve hoje, e com os olhos trocados de tantas horas em frente ao computador, decidi ir dar uma volta para "apanhar ar". Entrei num daqueles quiosques de vão de escada para ver alguns títulos de jornais, quando assisto à chegada de uma amiga da proprietária. Muito saltitante, muito ofegante, vira-se para a lojista:

- Que tal? Que tal? Ficou bem, não foi?
- Estás mesmo gira!
- Achas mesmo?
- Ó Filha! Até pareces outra! Foste ao meu salão? Foi a Ilda ou a Dina?
- Foi a Dina... mas eu não queria tão curto nem era bem desta cor....
- Não digas asneiras! Estás giríssima! E esse casaco? É novo?
- Sim!
- Ficas o máximo!
- Olha vou andando que ainda tenho que apanhar o autocarro das quatro...
- Vai com Deus! E parabéns! Fica mesmo bem!

Ainda a outra não tinha passado a ombreira, a senhora do quiosque vira-se para mim, que não me conhece de lado nenhum e diz:

- O senhor já viu isto? Uma mulher casada e com filhos naqueles preparos? Isto é uma vergonha! E viu a cor daquele cabelo? Se fosse minha filha trancava-a em casa 15 dias... são umas ordinárias... parecem todas umas cadelas com o cio....


Cena 2: Café. Mesas quase coladas umas às outras. Ao meu lado um casal nos pré-quarenta, com direito a afagos mútuos:

- Mor... estou tão gorda...
- Deixa lá isso....
- A sério. Olha para isto. Nem vou ter coragem de ir à praia este ano.
- Deixa lá isso...
- É que estou mesmo gorda. Nem roupa de verão quero usar.
- Não faz mal. Eu gosto de ti na mesma. Soube-te bem comer que nem uma porca durante todo o inverno, não foi? Isso é que é importante...


..................


Há dúvidas?

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Segunda-feira de caca


está a ser de merda, mesmo, mas assim o título não choca tanto. Ora vamos lá ver: Desde o primeiro minuto de olhos abertos que o dia tem sido de merda (e não uma merda, que é coisa diferente). Aliás, agora que faço o exercício de retrospecção, tudo já deve ter começado durante a noite, pois acordei variadíssimas vezes por causa dos estúpidos sonhos que estava a ter e que incluiam incêndios em sítios diferentes e eu sempre com o mesmo extintor a tentar apagar desesperado os vários incêndios (extintor este que tinha ficado vazio no primeiro incêndio, evidentemente) e as estranhas pastilhas elásticas que embora de marcas e cores diferentes me ofereciam e sabiam sempre a chouriço.
Ora com sonhos destes não sei porque me fui surpreendendo com o dia de merda...
Pois bem: logo de manhã, dizia eu, e mal encontrei o canídeo, o olhar comprometido com que a alimária me saudou indiciava que algo não estava bem. Mas como as minhas manhãs, como já é público (penso que terá sido o segundo post escrito nesta baiuca) também são atípicas, não dei muita importância.

E foi então assim que tudo aconteceu:

O terceiro passo na rua para o passeio matinal deu logo direito a uma escorregadela. A avaliar pelo tamanho do "bostaço", alguém deve ter passeado uma vaca em frente ao prédio pouco tempo antes. Arruinei a escultura e ficou-me presa na sola do sapato quase tanta quantidade como a produzida em dois dias pelo meu cão.

E lá foi este vosso servo deixando pegadas de merda pelo passeio fora (se não conseguisse encontrar o caminho de regresso a casa era só seguir as marcas e o cheiro) até ao jardim, tentando segurar a trela do cão com uma mão e tentando tapar o nariz com a outra para não vomitar com aquele aroma intestinal a perseguir-me e seguramente a abrir o apetite para o pequeno-almoço à rapaziada aqui do bairro...

Chegado ao jardim, e tentando limpar o melhor que sabia e podia a sola do sapato, eis que o Gui (sim, o meu cão) decide soltar o conteúdo de suas entranhas: Um líquido castanho. Está de diarreia, o cão. Lindo! E agora já começo a perceber o olhar dele em casa e começo a ter tremuras com o medo que se apodera de mim... "quando chegar a casa e fizer uma inspecçãozinha, acho que vou ter uma surpresa..."

Enquanto tentava apanhar a mistela nojenta, e com boa porção já dentro do saquinho próprio para o efeito, eis que me escorrega o auricular direito do Ipod e vai direitinho para dentro do saco...

Nesta altura passo a tentar dar a imagem. Este palerma que aqui vos escreve, de cócoras no jardim, com um sapato cheio de merda e com a perna o mais afastado possível do corpo, uma mão a segurar a trela do cão, outra a segurar o saquinho e o auricular do pequeno electrodoméstico lá dentro.

Resolvi a parte do auricular com muita imaginação e tentativas para não desatar aos berros. Pronto, vamos para casa! Já chega de infortúnios.

O pobre do bicho, mais aliviado, ia à minha frente e eis que quando visiono o seu orifício do recto - vulgo olho do cú, mas olho do cú não se escreve num blog e por isso não vou escrever olho do cú - que é das minhas primeiras vistas do dia (sortudo eu, hã? Há quem tenha vistas para o mar...) e que me indica se já está tudo feito ou se ainda tenho que dar mais uma volta, reparo que, dada a pouca consistência da produção fecal, tinha uns bons bocados agarrados...

Vou-me poupar a detalhes, mas penso que haverá poucas coisas mais degradantes do que limpar o rabinho ao cãozinho com papel higiénico segurando docemente a cauda para cima com uma das mãos (sorte não ter água de rosas em casa).

Da inspecção a casa resultou claramente ter ao cabrãozeco dado a fome durante a noite, ter feito uma incursão pela cozinha e ter decidido fazer um lanchinho (já são famosos os lanchinhos do Gui) curiosamente com alimentos que os cães não toleram.

Resultado: deixo à vossa imaginação o que encontrei, dando pistas:

- cerca de 30 litros de água gastos;
- uma embalagem de detergente para o chão com lixívia;
- uma lata de desodorizante para o ambiente;
- uma ida rápida à casa-de-banho para vomitar;
- menos um litro de leite em casa;
- menos um pacote de bolachas de aveia;
- um telefonema para um amigo médico,
- uma caixa de calmantes.

Juro que estou capaz de partir os dentes à próxima pessoa que me disser que teve um dia de merda.

sexta-feira, 26 de março de 2010

É capaz de ter aprendido

Por imperativos de frigorífico, eis que faço a romaria ao hipermercado (sempre depois das 22H00, que é quando já não tenho que andar aos encontrões a ninguém, não tenho que cumprimentar ninguém e posso dar largas à minha excentricidade quase à vontade). Quase quase a acabar, lembro-me que falta apenas guarnecer-me do sumo da minha predilecção, companheiro fiel de refeições vespertinas, lanches e pequenos-almoços (que ao jantar não dispenso um bom vinho).
Corredor acima...
Corredor abaixo...
Nada...
Queres ver que deixaram de vender?
Entretanto reparo que está uma "repositora" em cima de um banquinho a tratar de voltar a atafulhar as prateleiras. E se eu fosse lá perguntar?
A partir daí... bem.... foi isto:

Eu - Boa Noite!
Ela - .......
- Desculpe, já não há o sumo xpto?
- .......
- Há! Está mesmo à sua frente! Não se importa?
- ......
- Desculpe-me, só há este?
- ......

Imediatamente a seguir e ao lado dela, saco do telemóvel, simulo a marcação de um número e bem alto digo:
- Sim? Olha (relatando a situação e constatando que gente que também estava no corredor ia permanecendo para ouvir os meus berros/conversa telefónica simulada), tenho que mandar um mail para aqui e para os serviços centrais da sonae a dar os parabéns pelo facto de contratarem cidadãos mudos. Acho que sim. É mesmo bom saber que dão oportunidades de trabalho. É um exemplo a seguir. Sim, porque ou é muda ou é uma grande mal-educadona!!!

E ouço uma voz:

- Eu não sou muda!

- Então desde já fica a saber o que é e o que lhe resta ser na sua humana condição.

E juro que no meu imaginário ouvi uma ovação em pé enquanto sumia calmamente corredor fora.

É capaz de ter aprendido.

quinta-feira, 11 de março de 2010

6 anos que não se podem esquecer

Para clicar e ir ouvindo enquanto se reflecte sobre o assunto.



Esta é a brilhante música que os "La Oreja de Van Gogh" criaram para homenagear as vítimas do Atentado de 11 de Março em Madrid.


Já foi há seis anos... mas há que coisas que ficam presentes para sempre.

Acordei naquele dia 11 de Março de 2004 muito cedo num Hotel Albicastrense. Duas reuniões de manhã, almoço em Espanha, mais reuniões de tarde e regressar a casa. Liguei a Tv ainda no quarto e as primeiras informações, muito confusas, alertavam para que algo de muito errado se tinha passado na Estação de Atocha, Madrid. Não percebi muito bem o que tinha acontecido. Pouco depois do pequeno-almoço subo novamente ao quarto e aí as informações já eram muito mais claras. Tinha havido um atentado (da ETA, aventava-se erroneamente) nessa Estação. Mas a informação ainda assim era escassa.

Durante a reunião da manhã lembro-me de estar a pensar em tudo o que poderia ter acontecido, e que queria ir para algum sítio onde pudesse ter mais informação.

Já na estrada, a caminho de Espanha as informações que as rádios debitavam davam já a real dimensão da dura realidade.

SONI!!!!!!!!!!


SONI! Páro o carro e peguei a tremer no telemóvel tentando encontrar o número dela. SONI!
Do outro lado, nada. Nem tocava.
Calma, pensei. É natural. Com uma catástrofe desta dimensão as antenas devem estar mais que sobrecarregadas. Está tudo bem, de certeza.
Mas a angústia não passava. Já em Espanha, a consternação dos rostos de todos por quem passava, as imediatamente postas bandeiras a meia-haste, o silêncio nas ruas fazia tudo pesado. Muito pesado.
Consegui falar com ela. Estava bem. A viagem que ainda hoje faz diariamente até Madrid é para a Estação de Chamartín e não para a de Atocha. Estava muito assustada. A cidade estava em estado de sítio e paradoxalmente mergulhada num estranho silêncio apenas interrompido pelas sirenes de ambulâncias, bombeiros e polícia.
Ela estava bem.

Mas outros não. Eu não conhecia ninguém. Ela cohecia. Mas para mim era como se conhecesse cada um dos que sucumbiram naqueles comboios, naquela estação.

Raio de Cobardes de Merda, que não são homens suficientes para dar a cara. Ratazanas terroristas sem rosto. Que são os piores, os mais perigosos. Não se pode corajosamente combater quem cobardemente esconde o rosto.


E ainda hoje penso nos milhares de sonhos, nos milhares de planos que deixaram de se realizar naquele momento. Naquele dia.

Aquele que ia para o seu primeiro dia de trabalho, perfumado e contente. Aquela que ia visitar uma amiga que já não via há anos, aquele que ia para uma reunião importante, aquela que ia a uma consulta, aquele que ia saber um resultado de um concurso, aquela que ia para a escola, aquele que ia finalmente passear por Madrid, aquela que ia comprar um brinquedo novo para o filho, aquele que ia ver o outro ao hospital. Sei lá. Eram todos de carne e osso como eu, imbuídos nos pensamentos de quem está mesmo a chegar ao seu destino, vai começar o seu dia, vai continuar com a sua vida.

Mas o destino chegou antes deles, o dia não começou e a vida, essa, acabou.


In Memoriam




terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Pausa nas notas sobre a viagem

Caríssimos:


Aqui me penitencio pelo meu longo silêncio, prometendo de joelhos e flagelando-me caso isso não aconteça, as últimas (muitas, contudo) "notas de uma viagem" para o dia de amanhã.


Esta pausa nas "notas" deve-se tão somente ao facto de ter andado extremamente meditabundo, sorumbático e introspectivo nos últimos dias pois tomei consciência da realidade nacional (e tremem-me as extremidades digitais só de pensar no que poderei dizer em quatro dúzias de palavras acerca do assunto), bem como pelo facto de (ainda não faz 10 minutos) ter chegado a casa depois de um diluviano passeio canino e à porta do prédio estarem 4 múmias, 2 freiras, 3 putas, 1 padre e O capuchinho vermelho a bloquearem-me a entrada. Ainda pensei que fosse do sistema nervoso ou dos novos suplementos que estou a tomar. Mas não. Parece que é o tal de Luso-Carnaval.
Até amanhã.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Em 2010 que todos sejamos Elefantes

Mais uma vez Elefantes.

Mais uma vez uma lição.

Começo a suspeitar que de facto a irracionalidade é mais coisa de humanos que de animais.


sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Pedido público de desculpas

Já fui pedir desculpas aos vizinhos de cima.

Afinal não tinha que ter subido as escadas a correr que nem um louco, tocado à campainha sem parar, batido na porta como se não houvesse amanhã e ter dito que nem os coelhos o fazem daquela forma àquelas horas da madrugada.

Hoje soube pela rádio que houve um sismo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A dona são

(pausa para respirar bem fundo e acalmar um pouco)

Está aqui o vosso humilde servo nas lidas caseiras, que isto de viver só, triste e abandonado (com o cão, entenda-se) e não ter empregada de limpeza é karma acumulado de várias centenas de vidas anteriores passadas em puro hedonismo e luxúria ( e chegou a hora de pagar tudo junto), quando é alertado por um vizinho que a dona são (quem???????) está na entrada do prédio a pedir satisfações e a acusar um gajo (eu) de ter deixado 4 lanços de escadas e 2 patamares em estado nunca visto de sujidade.

Fui ver... (e para meu espanto não era o ovário - piada dos anos oitenta que não sei por que raio veio aqui parar - mas sim a tal de "dona são")

A dona são (que suponho, no caso concreto, seja o diminutivo de "Maria da Estupidificação"), senhora que pela primeira vez vi, e constatei que já deve seguramente ter triplicado o duplo queixo, sofrido de papada mental, que tem camadas de tintas LIDL para cabelo de cores distintas, em "degrade", trata toda a gente por "Ó filho" e "Ó filha", que trabalha "nestas escadas há mais de 20 anos" e lava as escadas fazendo um yogui parecer aspirante de acrobata por limpar as escadas num perfeito ângulo de 90 graus pelo simples facto de já nem conseguir dobrar os joelhos, acusava-me de ter espalhado "esterco e toneladas de pêlo de cão pelas escadas abaixo" acrescentando um colorido à conversa num linguajar a que não estou habituado e para o qual nem tenho conhecimentos para responder em iguais termos.

Depois de lhe ter provado que não podia ter sido eu, que nunca poderia ter sido eu e que me estava a difamar, apoiado pelos vizinhos que iam entrando e saindo do prédio (se eu tivesse cobrado bilhetes para esta "performance" estaria agora a relatar-vos isto debaixo de uma palmeira num ilha paradisíaca rodeado de belas nativas lascivas em trajes reduzidos) e constatando nitidamente que só estava a perder tempo, sai-me:

"Está visto que a sua eloquência, quiçá inerente ao seu mister, e que não logro discenir, redunda notoriamente na nefelibata que não ouso avocar à realidade pungente".

Ficou ali, a dona são, derrotada, encostada à parede, com cara de esfregona ressequida, a coçar com uma mão a cor n.º 76 e com outra as partes baixas.
Há dias assim.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mais uma e peço para me internarem

PELO AMOR DE DEUS!

Alguém sabe como tirar da cabeça a estúpida música de natal do Pingo Doce?

Não aguento mais. Acordo a cantar a musiquinha, no duche cantarolo aquela parolada, ando todo o dia a trautear aquilo, no trânsito já nem insulto ninguém a pensar na letra...

la la la la

Deito-me com os acordes a baterem-me nas pálpebras...

SOCORRO!

O cão já foje quando abro a boca.

Estou a enlouquecer.

Como é que se pára esta merda?


lá lá lá... tudo é mais fresquinho.... lá lá lá.... de Janeiro a Janeiro.... lá lá lá....


P.S: Por via das dúvidas dei o leitor de MP3 ao cão para ele ir esconder onde quisesse, não fosse eu meter a p* da musiquinha lá. Seria o fim do mundo em cuecas.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Uma aventura no mundo da gripe


E pronto! Já está! Foi desta! Não há nada a fazer! Tungas! Bingo!

Febre, dores musculares, blá, blá, blá, o mundo a parecer que ia acabar a qualquer momento.....

Será o tal do H1N1? Fui ver....

Nos dois primeiros dias, tratei a coisa como de costume. Muita água, antipiréticos, mezinhas de outros tempos, cocktails de vitaminas e medicamentos, e a coisa não passava....

Ó Raios!

Hummmm, lá marquei o 808 24 24 24 (É só a mim que este número faz lembrar aquelas “mi-liga-vai” hot lines dos anos 90?). Alguns minutos depois de estar a ouvir uma musiquinha tão fatela que quase que podia jurar que estava também a infectar o ouvido, eis que a Sr.ª Enfermeira X me começa a dar conversa. Tinha uma voz tão doce e sensual que quase estive para convidar a criatura para um café, mas como ela iria pensar que eu estava a delirar com febre e seguramente mandaria uma horda de enfermeiros e paramédicos senegaleses sodomitas para me silenciarem, achei por bem refrear os meus instintos e limitar-me a relatar objectivamente os meus sintomas.

Veredicto final: “Desloque-se na sua própria viatura ao Centro de Saúde tal, ponha uma máscara na cara e diga que vai mandado da linha Saúde 24.” O que eu interpretei como “Estás tramado, espeta-te contra um muro e não digas que vais daqui!”. Nem sequer tive tempo para lhe dizer que POR ACASO tenho viatura própria. E se não tivesse? E a Máscara? A única coisa com esse nome que tinha em casa era uma de “Máscara de argila verde” que a C. lá deixou da última vez que me fez uma visita. Serve? Meto aquela nhenha na cara e apareço tipo mutante marciano? Não criará alarme? Ninguém vai achar estranho um gajo chegar naqueles preparos?

Cheguei ao Cento de Saúde onde estavam cartazes na porta a dizer “Se está com sintomas de gripe, desinfecte as mãos nos dispensadores antes de entrar e ponha uma máscara”. Está bem, está! Se houvesse!
Depois de me ter enganado no edifíco, no andar, de me terem mandado para os arrumos, de me terem dito que afinal não era ali, lá cheguei ao sítio certo. Dezenas e dezenas de pessoas. Não deixa de ter piada a democraticidade que a coisa gerou, pois como os profissionais andavam todos de máscara e bata, só se vendo os olhos, não dava para reparar quem eram os auxiliares, os médicos ou enfermeiros. Eram todos iguais.
Interpelei a primeira que me apareceu e o diálogo surreal aconteceu. Apontando para a máscara que ela tinha nas trombas disse:

- “Boa tarde, eu acho que preciso de uma coisa dessas.
- Ai sim, porquê?
- Porque tenho a unha do dedo grande do pé encravada.
- Como?????????
- Ó minha senhora, isto não é o centro de atendimento da Gripe A?
- É.
- Então tente lá pensar um bocadinho.......
- há... Então toma."

Peguei na máscara com a mão que tinha livre, para assim ficar com as duas ocupadas e não me tentar a mandar-lhe um chapo nas fuças seguido de um “então toma tu também”.

E eis que a democracia acaba aqui, pois a máscara deles tem uns elásticos que são muito práticos para pendurar nas orelhas e as que dão ao povo têm umas tretas que aquilo só com 4 pessoas à volta é que vai ao sítio.
A sala estava cheia de gente a tossir e a espirrar, e eu ia pensando em relação à gripe A que se não a tivesse, era ali que a ia apanhar se lá ficasse mais uns minutos. Por sorte encontrei o médico no corredor, que depois de me perguntar o que se passava e o que estava a tomar me disse que estava muito bem assim e para voltar para casa que isto passava.

Saí dali o mais rapidamente que pude. Fui para casa. E passou.

Tanta treta, tanto plano de contingência, tanta precaução, tanto alarme e depois.... isto. Enfim....

Onde é que anda o gajo?

.....Perguntarão Vossas Excelências....

Pois bem, não tenho dito nada por aqui na medida em que estive com gripe. Não foi a A (acho eu, mas depois já aqui venho dizer a minha aventura no Centro de Saúde), mas foi suficiente para me arrasar fisicamente.

Até já e uma boa semana abençoada! (Que da maneira em que está molhada.....)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Descobertas do dia-a-dia

Nota importante: O cão gosta de sushi.

Nota MUITO importante: Nunca mais deixar bifes de atum a descongelar e sair de casa para ir trabalhar.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Interrupção no manifesto


Em teoria hoje seria o dia da parte IV do manifesto (No prédio).

No entanto, pelo menos hoje não será (e não sei se será), mas a parte V está assegurada.

E porque raio não sai hoje a parte IV? Porque estou obcecado com uma situação que vivi e que faz com que não consiga discorrer sobre o que me propus.

Acontece que Sábado (e não Domingo) decidi passar pelo cemitério. Como sempre. Sem pretensões, sem vaidades, sem adereços.

Depois de ter que conduzir a 3 Km/h nas últimas centenas de metros antes de lá chegar, sob o olhar atento dos agentes da autoridade estrategicamente de costas voltadas para os pelo menos 4 arrumadores de ocasião (cof..cof.. cof... perdão... cof.. cof..cof.. já devem ter andado nas "novas oportunidades", logo vamos chamar-lhes técnicos auxiliares de aparcamento), eis que começo a vislumbrar o panorama que de alguma forma já tinha previsto:

Bancas e bancas de velas. Brancas, vermelhas, amarelas, com ou sem santos autocolados, de todos os tamanhos e feitios.
Ok.... típico e normal...

Bancas e bancas de floristas, com tudo o que é espécie de flor (para a ocasião ou não, naturais, de plástico ou papel...) para todas as carteiras.
Sem dúvida que já fazem parte do quadro.... ok...

Dezenas e dezenas de escuteiros a vender calendários de bolso, de parede e autocolantes.
Sim.... até agora tudo normal.

Mas.... Quem deixou ali pôr, mesmo ao pé do portão (além de estar a tirar 5 lugares de estacionamento) a roulote das "FARTURAS DA TÂNIA"????

- "Olha, onde vais?"
- "Ao cemitério"
- "Tens lá familiares sepultados?"
- "Nãaao... Está lá a Tânia que faz uns churros com chocolate QUE É DE MORRER".

P* que pariu!!!!

Não vou comentar. Façam o obséquio... Que a minha educação não permite que transforme em palavras escritas os impropérios que me vão na alma.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Para pensar

Está em inglês, tem imagens um pouco fortes para os mais sensíveis, mas eis a maior prova de amor.

Uma mãe que luta pela vida do filho recém-nascido.

E vindo de animais.... que ensinamento para nós humanos....




Bom resto de semana.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Diálogos impossíveis.... mas reais III

Repartição de Finanças, 14h23

Funcionária: Teve muita sorte! O "stand" pagou-lhe o imposto do veículo novo!
Contribuinte: A sério? Ai que bom! Mas quanto seria?
F: €255,30
C: O quê? Tanto? Porquê?
F: É por causa da emissão de CO2...
C Não percebi.
F: É por causa da quantidade de emissão de gases.
(a Contribuinte ficou em silêncio por uns minutos e com uma voz muita calma, como que a saborear antecipadamente cada palavra que ia dizer)
C: Se eu declarar a quantidade de gases que o meu marido emite por ano, o Estado reembolsa-me alguma coisa?