Por acaso estava de fato (que é adrajo que não gosto de vestir embora seja suposto andar com ele quotidianamente, mas por vezes, ou por necessidade extrema ou porque noblesse oblige lá tem que ser e sempre arejam....) e estava a sair de um prédio de escritórios. Atrás de mim uma senhora com idade para ser minha mãe e estando eu à frente, como sempre, abro a porta e seguro-a, dando passagem à senhora dizendo (ainda por cima) "Faça o favor...".
Ora a gaja, nem para mim olha, passa como se nada fosse e sai. Nem uma palavra, nem um olhar, nada...
Este que aqui vos relata, que como já é notório também não joga com o baralho todo (e um dia destes ainda lhe corre mal a vida por força dos ímpetos), sai na peúgada (o que eu gosto desta palavra...) daquela tipa e começa a gritar "Ó se faz favor, ó se faz favor". Quis o destino que a fulana parasse e olhasse ao mesmo tempo que, chegando a ela lhe digo "É um Euro por favor..."
- Como?
- É um Euro...
- De quê?
- Sabe... Tenho a certeza que não reparou, mas o prédio não tem porteiro. Eu próprio não tenho vocação para porteiro e a minha farda quanto muito é de mecânico de automóveis como pode reparar (apontando para a minha camisa imaculada e gravata condizente). Assim, e visto que não quero acreditar que além de uma grande mal-educada nem um obrigado sabe dizer a quem lhe abre e segura a porta, como estamos em crise e a vida custa a todos só me resta cobrar-lhe pelo serviço. É um Euro por favor.
E a filha de uma grande meretriz ainda meteu a mão na carteira...
Disse-lhe:
- Guarde e meta-a.... (pausa intencional) no sítio, que nem todo o dinheiro que tem ou terá pode pagar aquilo que não sabe o que é: educação.
Ando farto de gente malcriada.