sábado, 31 de outubro de 2009

Manifesto anti esta merda toda


Parte III - Na Rua

Estou farto.

Estou farto de não poder passar à vontade nos passeios porque estão cheios de carros e ninguém se rala desde que se esteja bem.
Estou farto de ouvir gente que não sabe falar mas só berrar ao telemóvel no meio da rua ou numa esplanada em que fico a saber (e juro que não quero) toda a infeliz vida das criaturas.
Estou farto de tristes que se põem numa caixa multibanco e, com imensa gente na fila agem como se fossem os únicos, e aproveitam para pagar as suas contas da água, da luz, do gás, juntamente também com as contas do primo do amigo do avô do vizinho de cima.
Estou farto de ver gente a mandar lixo para o chão, desde já confessando que nos últimos tempos cada vez que alguém à minha frente deita alguma coisa para o chão, apanho, vou a correr entregar dizendo “olhe, deixou cair isto, pois não acredito que seja pessoa de deitar lixo para o chão...”. E adoro ver a imbecil cara que as pessoas fazem e as desculpas que arranjam ao verem-se confrontadas com a sua imundície e a sua condição de badalhocas.
Estou farto de ser confundido com um bebedolas logo às oito da manhã só porque tenho que andar aos “esses” para evitar pisar o cócó dos cãezinhos dos outros. Logo eu que começo as minhas manhãs a apanhar a merda que o meu cão faz (haverá maior simbolismo Nacional para começar o dia?) Estou farto de tentar seguir e espiar os porcos dos donos dos outros cães e não conseguir descobrir onde moram, que um dia dou-me ao trabalho de apanhar também os montes dos cães deles (que às vezes parecem de vitelas) e deixar-lhos à porta . Sem saco, “au naturale”.
Estou farto de levar encontrões na rua de gente estúpida e arrogante que não pára sequer para pedir desculpa, fazendo-me sentir clandestino na minha cidade.
Estou farto de já ter decidido e no fim não ter coragem (porque respeito em demasia os invisuais) de pegar no cão e nos óculos escuros, arranjar uma vara daquelas que aleijam a valer, e ir rua fora armado em cego e cada ver que vejo um ou uma anormal que não consegue viver em sociedade.... zás zás zás.... pam pam pam..., arrear-lhe com a vara nas costas ao mesmo tempo que grito “Era aqui! Juro que era aqui a porta!“, fazendo de conta que não sei o que estou a fazer.
Estou farto que seja in ser mal-educado e pensar que foi abolida ou proibida a palavra “obrigado” (e ninguém me avisou), quando se abre ou segura uma qualquer porta ou se deixa alguém passar à frente, situações em que ponho quem está à minha volta a olhar para mim, pois não consigo deixar de berrar um “Não tem nada que agradecer! Um criado ao seu serviço!”
Estou farto de viver na “escarralândia” e na “paredomijalândia”.
Estou farto de ver criaturinhas impertinentes a empanturrarem-se de fast-food ao mesmo tempo que vão deixando os copos, sacos, papéis e embalagens por onde vão passando, dando-me vontade de os obrigar a meter tudo aquilo comodamente pelo recto acima.
Estou farto de Deus não me ter dado o dom de ser capaz de treinar pombas para que em voo picado acertassem com cagadelas nesta gente toda e eu ficar-me a rir.

Deus me dê paciência, porque se calha a enganar-se e dar-me força, não responderei por mim.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Manifesto anti esta merda toda


Parte II – No Estado
Estou farto.

Estou farto que o Estado só se lembre de mim para me fecundar o juízo e me sodomizar à bruta.
Estou farto de me sentir como se fosse o papel higiénico do Estado. Cada vez que o Estado está aflito e faz merda, pega em mim, e em tantos como eu, e serve-se. À grande. E não sei se é pior o Estado agarrar em mim como papel higiénico, ou ter a ténue e estranha sensação que se aproveita de mim quando estou de calças na mão.
Estou farto de trabalhar e que os meus impostos, taxas, multas, pagamentos disto e daquilo sirvam para limpar o rabo ao menino.
Estou farto de desde sempre pagar tudo o que quero e ver à minha volta gente que nada fez nem faz encher-se com o dinheiro cá do rapaz e receber subsídios disto e daquilo. Porra! Passei anos e anos a estudar. Trabalho. Nunca roubei, e o Estado trata-me como criminoso.
Estou farto de ver que se alguém quer abortar, o Estado paga, MAS PROPORCIONALMENTE PAGA MENOS SE ALGUÉM DECIDIR TRAZER UM FILHO AO MUNDO. Se alguém não quer estudar e preferir andar na má-vida, coitadinho, tem problemas de inserção e o Estado paga. Se alguém não quer trabalhar e diz que tem muitas dificuldades, coitadinho, o Estado paga. Não tem casa? O Estado dá. Se chove, o Estado paga. Se há seca, o Estado paga. Se a coisa dá para experimentar drogas, coitadinho, é doente e é preciso tratar. O Estado paga! Agora experimentem, como eu, a não ser adicto de drogas, estudar durante 19 anos (com um curso superior e duas pós-graduações incluídas) e trabalhar honestamente todos os dias que nem um cão. O que é que o Estado paga? Nada. EU é que tenho que pagar ao Estado quase 50% do meu rendimento em impostos para ver os outros a gozar à minhas custas e andar a fazer contas à vida para poder viver e ter as minhas coisas.
Estou farto de ver gente a ser maltratada nas repartições públicas. Filas intermináveis para ser atendido por pessoas mal-educadas, (faça-se a ressalva para os funcionários públicos que se esforçam heroicamente para produzir alguma coisa e serem de facto humanos, competentes e simpáticos sempre em contra-corrente) incompetentes e que nada resolvem, antes criam mais problemas e dificuldades. “Ha... pois... isso era a senha amarela...”, “Ha... pois.... agora não pode ser que o sistema não funciona....”, “Ha.... não é esse o formulário. Tem que ir comprar outro e voltar amanhã...”.
Estou farto de ver o Estado enquanto credor a perseguir ávido de sangue as suas presas, e quando é devedor assobiar uma musiquinha e parecer que não é nada com ele.
Estou farto de ver o Estado a ser corrompido e a corromper-se, de serem abertos todos os dias não sei quantos processos crime e outros tantos inquéritos e depois....muito depois... se continuar sem nada saber acerca disso e a culpa morrer solteira.
Estou farto. E começo a perceber aquela senhora que em tom de brincadeira (segundo ela) dizia que para pôr isto em ordem, era suspender a democracia durante meia-dúzia de meses, pôr as coisas em ordem e depois sim, abrir outra vez ao público.
Estou farto de ver as forças policiais não poderem fazer o seu trabalho por falta de meios, e quando o conseguem fazer já é brutalidade policial e coitadinho que ele só roubava porque não sabia fazer outra coisa e tem que ser perdoado.
Estou farto de ver imensas pessoas a querer adoptar crianças e saber que existem imensas crianças para serem adoptadas e o Estado a dificultar as coisas por anos e anos.
Estou farto de ver gente a morrer em casa à espera de uma consulta médica ou ser remetido para uma maca num corredor de um hospital, quando o mínimo que o Estado tinha que fazer era tratar quem o sustenta com a dignidade humana que todos merecem.
Deus me dê paciência, porque se calha a enganar-se e dar-me força, não responderei por mim.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Manifesto anti esta merda toda


Parte I – Na estrada.


Estou farto.


Estou farto de ser o único que pára nas passadeiras quando conduzo, e quando sou peão ninguém parar para me deixar passar. Ainda hoje berrei, a um centímetro de ser atropelado na passadeira, a uma fulana que levava duas crianças atrás. Que desejava do fundo do meu coração que quando fossem os filhos dela a atravessar uma passadeira nunca se cruzassem com uma besta ao volante como ela, pois se assim fosse, podia ter a certeza que no futuro ira receber uma triste chamada dum Hospital num final de tarde.
Estou farto de que cada vez que mudo de direcção ou de que cada vez que quero estacionar, fazer “pisca” para a direita ou para a esquerda. Parece-me incrível que os carros mais novos (sobretudo os de maior cilindrada e mais luxuosos) que vêm com “cruise control”, ar condicionado, estofos aquecidos, faróis de não sei o quê, tudo de série, pelos vistos terem as cabras das luzinhas cor-de-laranja como opcionais e ninguém as queira.
Estou farto de dar passagem a quem quer entrar, e quando sou eu a querer, bestas auto-mobilizadas façam de conta que não existo ou que pensem que têm mais importância ou mais pressa que eu para chegar onde quer que seja.
Estou farto de educada e correctamente me pôr na fila certa e (des)esperar até chegar a minha vez para entrar na via principal e repetidamente cheguem chicos e chicas espertos(as) que em alta velocidade pela esquerda conseguem entrar e ainda gargalham ou olham com desprezo.
Estou farto que, quando tenho oportunidade e digo alguma coisa em português normal a esses filhos de uma grande meretriz rodoviária, me respondam com obscenidades e gestos que nem a misantropos ficam bem.
Estou farto de sistematicamente ter o carro trancado, seja na garagem, seja no parqueamento e que à minha indignação por tal desrespeito, me respondam com um falo digital e ainda por cima quererem fazer-me crer que ter ali o carro meia-hora para ir ao cabeleireiro ou fazer “umas compritas” é legítimo e eu devia era ir chatear o Luís Vaz.
Estou farto de nas zonas de 50 com semáforo, ir realmente a 50 e filhos de rameiras com pedais fazerem disparar o vermelho e passarem mesmo assim, deixando-me parado a criar blasfémias mentais.
Estou farto que as mamãs e os papás tripliquem a já segunda fila de mau estacionamento para deixar ou ir buscar as suas crias ao infantário, colégio ou escola, que parece que se os deixassem, entravam de carro pela sala de aula adentro e querem lá saber se outros querem seguir pela mesma estrada e não podem passar.
Cada vez são mais. Cada vez é pior.
O meu avô dizia que “a bicicleta é o único meio de transporte em que a besta puxa sentada”. Tinha razão. E nem sabia o alcance que essas palavras podiam adquirir. A diferença é que agora as bestas já não têm que puxar.
Não consigo perceber porque têm estas alimárias carta de condução e automóvel e insistem em fazer do veículo um prolongamento das suas fraquezas, frustrações e imbecilidades profundas.


Deus me dê paciência, porque se calha a enganar-Se e dar-me força, não responderei por mim.


Em tempo oportuno deste manifesto:


Parte II – No Estado
Parte III – Na Rua
Parte IV – No Prédio
Parte V – No Ensino

Para pensar

Está em inglês, tem imagens um pouco fortes para os mais sensíveis, mas eis a maior prova de amor.

Uma mãe que luta pela vida do filho recém-nascido.

E vindo de animais.... que ensinamento para nós humanos....




Bom resto de semana.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Diálogos impossíveis.... mas reais III

Repartição de Finanças, 14h23

Funcionária: Teve muita sorte! O "stand" pagou-lhe o imposto do veículo novo!
Contribuinte: A sério? Ai que bom! Mas quanto seria?
F: €255,30
C: O quê? Tanto? Porquê?
F: É por causa da emissão de CO2...
C Não percebi.
F: É por causa da quantidade de emissão de gases.
(a Contribuinte ficou em silêncio por uns minutos e com uma voz muita calma, como que a saborear antecipadamente cada palavra que ia dizer)
C: Se eu declarar a quantidade de gases que o meu marido emite por ano, o Estado reembolsa-me alguma coisa?

adenda a resposta a repto II

ohhhh

Esqueci-me nas já realizadas da minha viagem à Polónia.... (sobretudo os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau).

resposta a repto II


É consabido que não sou muito dado a estas coisas, mas, e como mais uma vez foi a Joaníssima que pediu, aí vai...

Em teoria é para falar das 3 viagens de sonho. Já realizadas e a realizar...

Hummm..... nada fácil...

Realizadas:

- Açores: (merece um post exclusivo, mas fica para mais tarde). Todos os anos lá vou. (No ano passado duas vezes, de castigo...). Não se pode descrever. As fotografias e relatos pecam por redutoras e insuficientes. Tem que se viver. Vicia. Entranha-se. É tudo. A natureza, a magia, o mistério, a bruma, as cores, o mar, o ar, os bichos do mar, os bichos do ar e os bichos da terra, as gentes, a obra das bravas Mulheres e Homens que tornaram lava em terras onde Deus seguramente vai descansar todos os dias no fim da tarde, porque Ele só gosta do que é belo, puro e são. O brasão de armas dessa nobre terra e gente diz tudo: “Antes morrer livres que em paz sujeitos”.

- Finlândia e Estónia: Gente que nada tem a ver connosco latinos, gente que bebe mais álcool por segundo do que uma chouriça gasta do mesmo elemento (etílico) a assar no mesmo período de tempo. De frios e aparentemente distantes autóctones (durante o dia) aos mais amigos e festivos (depois de alguns copos logo pelas 5 da tarde). Principalmente a travessia marítima entre Helsínquia e Tallin num gigantesco ferryboat com tudo – desde casino, passando por supermercado, a discoteca – com placas de gelo à volta, um frio de cortar a cara e mesmo assim a inexplicável teimosia de estar no deck para respirar (tarefa complicada dadas as temperaturas negativas) toda aquela beleza fria;

- Dublin: Sem duendes, com um frio de Inverno que só com muita roupa se podia andar na rua.
Mesmo assim, e como foi por alturas já de Natal, percorrer Grafton Street cheia de luzes e cores, a alegria de um povo surpreendentemente educado, bonito, simples, simpático e amistoso. Viver as ruas e as gentes de James Joyce. Beber um balde de café acabado de fazer do “Bewleys Oriental Cafe” e a vida dos pubs ao final da tarde (e noite dentro....com Guiness e Jameson a fazerem perfeitamente as honras da casa).


A realizar:


- Índia (por tudo - e nunca vi a tal telenovela);

- Japão (por nada);

- Tibete e Nepal (por tudo e por nada).

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

É impressão minha ou...

... a sociedade protectora dos animais deve estar a dar pulos de contente pela nomeação de Dulce Pássaro para ministra do ambiente?

É impressão minha....

... ou nomear Isabel Alçada para ministra da educação é tentar começar a escrever desde já "Uma Aventura" na educação?

É impressão minha ou....

É impressão minha ou....

....nomear Augusto Santos Silva para ministro da defesa é deixar o homem que diz gostar de malhar na direita muito perto de armas e explosivos?

Breaking News

Já temos governo. Vou lá ver e já venho.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Alguém que me explique.

Sou ignorante, com um grande grau de iliteracia, quase analfabeto, vá...

Nem com muita dificuldade consigo ler jornais desportivos.

Livros? Já ouvi falar, mas não sei muito bem o que são(tem a ver com o buraco do ozono, certo?).

Mas eu cá ouço notícias, porque tenho um pequeno transístor sempre ligado.

Ouvi dizer que há aí uma grande bronca com uma dessas pessoas muito importantes que escrevem livros e que anda tudo muito exaltado com essa personalidade.

Alguém então que me explique:

Quem é essa tal de Sara Mago?

Algo de estranho se passa....

Hoje já vi em momentos diferentes do dia três carrinhas civis (ou à paisana, como lhe quiserem chamar) cheínhas de militares a andar de um lado para o outro...

Alguém sabe de alguma coisa que eu não sei?
Alguém conhece uma florista para saber se esgotou alguma flor em especial?
Alguém sentiu o cheiro a cravos no ar?

Uma coisa é certa. Algo de estranho se passa....

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Recebi um presente.....




Aliás.... dois!!!!!

Isto é Humor



Olhem lá a abordagem genial.
Isto é humor e a melhor reacção à "shodona" Maitê.

Um raio de sol no dia chuvoso de hoje.







HAHAHAHAHAHA

O quentinho do frio

Já se anunciava. Estávamos todos à espera. Mais cedo ou mais tarde acabaria por acontecer.
Chegou o Outono.
E ainda agora na TSF disseram que vem aí chuva, muito vento e descida acentuada de temperatura para os próximos dias.
É Ele. Chegou a minha Estação. Sou filho do Outono.
Dizem que no dia em que nasci estava Sol. Com aquela luz de ouro de Outubro, com aquela matiz de Outono. Com o calor reconfortante do Sol, com a aragem fria de aviso de Inverno, com o fumo e o cheiro das castanhas assadas a pairar no ar, com vento e folhas a esvoaçar por todo o lado.
São os meus dias.
São os dias que me fazem sentir vivo.
São os dias em que me sinto feliz.
São os dias em que ando nas ruas e ver a luminosidade difusa do meu Sol, que quer aquecer-me a alma confidenciando-me “eu estou aqui e quero aquecer-te. Estou aqui só por ti e para ti”.
Passo horas a caminhar pelas ruas desta minha cidade tentando que não me escape um único cheiro, uma única cor, uma única sombra, um único som.
Corro como uma criança cada vez que vejo um monte de folhas, para as levantar e pontapear. Para que se levantem, para que se “escangalhem” e saiam dos seus montinhos humanamente formatados e voltem onde devem estar, ou seja, por todo o lado. Para que voem à minha volta. Não resisto a um monte de folhas de Outono. Mesmo que os bem mais jovens que eu, os da minha idade e os mais velhos que eu me olhem com olhares de reprovação. Quero lá saber!
É o meu Outono.
São as minhas folhas.
É a minha felicidade.
Sou eu!
E o fumo a sair dos potes de zinco ou barro dos assadores de castanhas? E o cheiro que nos inunda o Ser?
Chegar a casa, beber um chá bem quente de Jasmim, encher bem alto as paredes com as óperas de Puccini (preferência para o “Turandot”) acender algumas velas, acender um incenso, pegar num livro, ler e ouvir os sons do Outono lá fora....
Enroscar-me na minha manta de Mohair e esperar que o cão venha (que vem!) participar neste vórtice de sentimentos, cheiros e cores.
É o meu Outono. Esta aí. E já lhe abri as janelas e a varanda cá de casa, para que entre com todo o seu fulgor.
És meu e eu sou teu. Desde sempre. Para sempre.
Bem-vindo!
Tinha saudades tuas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Balanço da semana


Depois do verdadeiro teste de resistência que foi esta semana a café e a dormir muito pouco cada noite eis o balanço final:
- Depois de muito procurar, fui dar com o comando da televisão no congelador (olháaa notícia fresquinha....);

- Chaves de casa na gaveta das meias (lavadas, vá lá...);

- Mordiscar um biscoito de cão enquanto este se deliciava com um haburguer acabado de fazer (nem são maus de todo, os biscoitinhos...);

- Repetida e convictamente disse uma manhã à menina do café que me olhava atónita que queria “um torrão e uma galada” (era galão e torrada, mas não me saía...)

- Pus moedas no parcómetro, tirei o ticket e meti-o no bolso e lá ficou todo contente durante uma manhã inteira enquanto no “tablier” do carro ficou um lenço de papel (usado...);

- Estúpido de sono, dei por mim de manhã a passear só a trela do cão e o bicho a olhar para mim da varanda (quase que posso jurar que o vi a abanar a cabeça).

Chegou o fim-de-semana. GRAÇAS A DEUS!!!

Adivinha (com resposta)

- Qual é a empresa portuguesa que tem tido um fulgurante desempenho em termos de construção e obras públicas?
- É a Mota-Engil...
- Onde é que a Mota-Engil mais está a apostar agora?
- Em África, nomeadamente em Angola, Moçambique e Malawi...
- Quem é o presidente executivo da Mota-Engil?
- É Jorge Coelho...
- Quem é o novo Cônsul Honorário de Portugal em Lilonge, Malawi?
- É Gilberto Rodrigues...
- Quem é Gilberto Rodrigues?
- É funcionário de Jorge Coelho na Mota-Engil, e o responsável da empresa para a construção em toda a África....
Que bom, não é? Ao menos são todos amigos....

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A senhora dona maitê proença (com minúsculas)

Durante a tarde de hoje recebi um mail com este conteúdo. Se ainda não conhecem, peço que o vejam, que vale a pena.




Esta senhora devia fazer um pedido de desculpas formal ao País, mas não só. Por mim seria declarada "persona non grata" e ser-lhe vedada a entrada em Portugal.
Se a ignorância, estupidez, burrice e falta de educação parecem fazer parte da personalidade da criatura, que guarde para si as ilações que o seu único neurónio permite que saiam cá para fora.
Esta senhora há anos que invade os nossos televisores em telenovelas, publica os seus livros que até vendem bem e quando está na nossa terra Pátria fala maravilhas quer do território, quer dos Portugueses. E é sempre, como é apanágio do Português quando recebe estrangeiros, recebida de braços abertos e com todas as mordomias.
Esta senhora é falsa e mentirosa.
Que demonstre a sua burrice em termos históricos, vá lá, que seja ignorante, pronto... já há tantos..., agora cuspir num monumento nacional que por acaso também é um templo religiosos, alto!
Que se ria, ela e as como ela, depois do rever a “reportagem” é muito grave.
Que espere voltar a ser recebida de braços abertos na minha Pátria, isso não!
Eu sei que esta senhora é paga para decorar textos escritos por outros e debitá-los perante uma câmara, mas está visto que sendo ela a improvisar e a dizer o que lhe vai no íntimo, dá no que dá.
Considero-me uma pessoa tolerante e educada, mas isto ultrapassa todos os parâmetros de civilidade. E à falta de civilidade, responde-se sem civilidade. Sei o que implica dizer o que vou dizer, e que a conduta é tipificada como crime em Portugal, mas GARANTO que se souber que essa senhora vai chegar ao aeroporto de Lisboa em tal dia a tal hora, JURO que lá vou, bandeira de Portugal na mão, e farei questão de lhe cuspir em cima.
Que se tratem as pessoas com dignidade, que se trate quem lesa a Pátria e me lesa a alma e orgulho de ser Português com o que merecem.
Basta de tratar mal os Portugueses, falar mal da Pátria e nada fazer.
Brandos costumes sim, mas “quem não se sente não é filho de boa gente”. E eu como Português sinto-me ofendido.

Para quem queira acompanhar a questão: já há abaixo-assinados a exigir um pedido de desculpas, a senhora tem um blog onde fala sobre isto e ainda piora tratando Portugal como “a terrinha” e dá para comentar. Façam o favor....

Até breve, muito breve, pois direi algumas coisas sobre a questão de fundo e é a que importa.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O António

Como sempre, o café estava a abarrotar. Gente a almoçar, gente a tomar a bica depois de almoço, gente a ler o jornal.
Por sorte havia uma mesa com uma só cadeira livre, onde me sentei e pedi também a minha chávena cheia de sangue, pois já é só cafeína que me corre nas veias nestes dias.
Entra um garoto, sujo e mal vestido que começa de mesa em mesa a pedir qualquer coisa. Normalmente ou digo logo que não, antes mesmo que abram a boca, ou abano negativamente a cabeça sem sequer olhar ou dirigir palavra. Não é bonito, eu sei, mas já são tantos...
E parece que toda a gente pensa assim, pois essa era a atitude que todos iam tendo.
Chegou a minha vez.
Teria este doze, treze anos?
Cara encardida e olhos pequeninos escondidos no fundo de covas. Pediu dinheiro, que tinha fome e ainda não tinha comido nada hoje.
Houve qualquer coisa diferente naquele pedido. Não sei se pela humildade da voz, se pelo olhar profundo, se pelo tremor do corpo.
Disse-lhe que dinheiro não. Se quisesse um bolo, podia ser, mas dinheiro não.
Olhou para mim com olhos grandes, que não sei onde os tinha escondidos, e numa voz sumida disse-me obrigado. E ficou de pé, em silêncio, quieto.
Não percebi e perguntei-lhe de que estava à espera. Aí foi ele que não percebeu.
- Mas... eu posso escolher, Senhor???
Desarmou-me. Quem é esta criança? Que faz aqui? O que o faz estar aqui?
Disse-lhe que sim, que podia escolher. Chamei uma empregada do café e disse para dar ao garoto o bolo que ele escolhesse.
Correu até à vitrine e percorreu várias vezes com o olhar e corpo a acompanhar, todos os bolos e doces que se apresentavam naqueles 2 metros de paraíso.
Voltou para junto de mim. Sem bolo. Mais uma vez não percebi.
- Olha, senhor (gostei..) em vez de ser um bolo posso comer um pão com manteiga? Eu gosto muito de bolos, mas estou mesmo com fome e queria pão. Pode ser?
A cada segundo que passava mais me intrigava e mexia comigo, aquele garoto. Disse que sim, e voltei a chamar a empregada. Que fizesse um prego no pão. Que desse ao garoto o que ele quisesse para beber.
O puto ficou com uma expressão de Sol no rosto que deu para ver que afinal havia algo mais que sujidade. Algumas rugas.... Seria possível?
- Como te chamas?
- António.
- Olha, já está pronta a tua comida. Vai lá.
- Obrigado, senhor, disse, com uma voz que quase parecia emocionada, mas devia ser a minha imaginação a funcionar.
Fiquei a fitá-lo. Encostou-se ao balcão que era quase maior que ele, e era nítido o esforço que fazia para ver a comida e pegar-lhe. Entretanto já havia mais algumas cadeiras livres. Fui buscar uma, dirigi-me a ele, peguei-lhe nas coisas e disse para se vir sentar comigo.
Começa a comer e notava-se o deleite que lhe provocava o alimento. De vez em quando olhava para mim e parava. Para dizer tão só obrigado.
Não aguentei e comecei a fazer-lhe perguntas.
O António afinal tem 9 anos. Mas a vida já se encarregou de o envelhecer e de o obrigar a ser adulto sem o deixar ser criança. Tem o pai e o irmão mais velho presos. Toma conta da irmã mais nova, que tem 5 anos, enquanto a mãe trabalha. A dias, fazendo limpezas.
Não vai à escola porque não gosta.
- Não gostas da escola? Porquê?
Não era da escola que afinal não gostava. Não tem é cadernos, nem lápis de cor que os outros meninos têm. E os outros meninos não o percebem e ele não percebe os outros meninos. Mas mesmo assim, não pode ir. Tem que tomar conta da irmã. E ter o quarto, onde moram os três, arrumado para quando a mãe chega do trabalho. A chorar, sem ele entender porquê.
Enquanto fala, vai pegando em alguns guardanapos de papel e sigo atentamente os seus gestos, pois cada palavra e cada gesto do António me vão surpreendendo, arrebatando e enchendo de curiosidade.
Metodicamente come apenas metade do prego e começa a embrulhar com muito cuidado a outra metade.
- Para que é essa metade? Para comeres mais tarde?
Não. Não era. Era para levar à mana, que também ainda não tinha comido nada.
O António naqueles minutos estava a ensinar-me tudo que eu nunca tinha aprendido durante todos os anos que tive cadernos, canetas, lápis-de-cor e meninos que percebiam o que eu dizia e eles também percebiam do que eu falava.
Tentei em vão disfarçar uma lágrima que me caíu e que me prometeu que vinham mais iguais atrás dela.
Chamei mais uma vez a empregada. Que fizesse mais 4 pregos no pão. Que os metesse num saco de plástico com outros tantos sumos e desse ao António.
Olha, António, vou ter que me ir embora que já estou atrasado. Fica aqui a acabar de comer. Sem pressas.
Olha, Senhor, posso dizer outra vez obrigado?
Enquanto saía do café ouvi ainda o António a dizer bem alto:

Senhor, Obrigado! Prometo que nunca mais lhe peço nada.

Não, António, promete-me que cada vez que me vires na rua, vens ter comigo, vens falar-me de ti, de como estás, e quem sabe um dia até me vens pedir um lápis de cor, uma caneta, um caderno e dizeres-me que voltaste à escola.

Obrigado a ti, António.
Eu é que tenho que te agradecer. Muito.

Já chove

Chegou a chuva
A chuva chegou. Eu gosto muito da chuva. A chuva é importante para as plantas e para os animais e é também por causa dela que temos água para beber.
Quando chove as pessoas têm que andar com guarda-chuva para não se molharem e temos que ter muito cuidado para não pisar poças de água.
Eu gosto muito de pisar as poças de água e de saltar em cimas daquelas mesmo grandes, mas a minha Mãe diz que eu não posso fazer isso porque me sujo todo e fico doente. Mas eu gosto na mesma.
Com a chuva o céu fica muito escuro e as pessoas parece que ficam chateadas e eu não percebo porquê, porque eu gosto da chuva.
Só não gosto quando tenho tempo para brincar na rua e não me deixam ir porque dizem que a chover não pode ser. E eu não entendo porquê.
Eu gosto muito da chuva.
Esta semana estou a roçar os limites da exaustão, mas a meninice, inocência e pureza que existe dentro de cada um de nós não tem culpa.
Há dias em que o nosso ser criança parece que nos bate à porta. Não porque queira entrar, mas sim para pedir e lembrar que não quer sair. É nosso e faz parte de nós, mesmo que nos recusemos a admiti-lo ou passemos uma vida inteira a tentar escondê-lo. E as coisas mais simples são as mais verdadeiras.

E era tão bom chapinhar nas poças de água, não era?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A declaração do Presidente da República


Estive até agora a tentar perceber se havia de dizer alguma coisa sobre o que ocupa neste momento o País (visto que aparentemente nada de mais importante há a tratar, discutir e pensar).


Tem que ser.


Depois de ouvir o discurso do Presidente e as reacções dos vários partidos, e ter feito um esgotante esforço intelectual de quase 2 minutos, tudo me pareceu muito mais claro e definível em quase termos de equação:


Sócrates vê Cavaco como uma tradicional (no pior sentido) sogra. Só chateia, incomoda e só é bom quando está em silêncio e longe.
A primeira consideração vai para a dedução lógica de que então a Pátria está órfã de pai.
Para Cavaco ser sogra, e visto Sócrates ser divorciado, teve este que ter copulado a Pátria. Olhando para estes últimos 4 anos cada um dirá o que entender.
Resultado: Sócrates terá que casar com o País e vamos ver que tipo de rebentos sairão de S. Bento nos próximos meses.


Durante umas semanas espero dar descanso a considerações políticas, que, como disse, já começo a estar farto disto e há coisas bem mais importantes que devem ser ditas.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Só só eu a pensar que não há volta a dar a isto?

Se fosse de qualquer outro partido, diria a mesma coisa.

Li atentamente (pela primeira vez na vida) os programas eleitorais dos 5 partidos com representação parlamentar.

Quem leu ou ouviu as propostas do Bloco de Esquerda, sabe que além dos PPR, das nacionalizações, da proibição da criação de chinchilas, da produção de ovos em bateria e outras, defendia-se a proibição dos rodeos em Portugal.

Eu nem sabia que havia...

Fui pesquisar.

Mais valia estar quieto.

Para quem estiver interessado, no próximo Sábado há um rodeo em.... Salvaterra de Magos, a única Câmara Municipal do Bloco de Esquerda, cuja edil por acaso foi arguida num processo judicial e é aficionada dos touros de morte...

Haja coerência e vergonha, por favor....

Começo a estar farto disto.

Alguém me ajude pelo amor de Deus

Não vou dizer absolutamente nada. Acreditem. É melhor assim.