sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A crise

Um tipo percebe que isto foi mesmo ao fundo quando na loja do costume a besta da empregada do costume que costumava estar, como de costume, empalada (sim, empalada e não empalhada, que é coisa diversa) atrás do balcão do costume e não cumprimentava ninguém, sempre com as trombas do costume, com cara de sou-boa-demais-para-aqui-estar-e-o-meu-sonho-é-ser-miss-Portugal, quanto muito só dizia um “faxavor” que nem se ouvia, vem ter connosco, sorriso nos lábios e solta um “Esteja à vontade e se precisar se ajuda é só dizer!”


Bem vistas as coisas a crise até trouxe coisas boas....

O selo e resposta a repto IV




A sempre amável "Invisível" do http://atedurar.blogspot.com/ ofereceu-me o primeiro selo deste blog, com um repto agregado.

Nota prévia: Confesso que não sabia o que eram "fufuquices" e tive que ir ver. Ora "fufuquices" são "coisas fofas, gostosas, coisas que a gente quer guardar pra sempre, coisas que a gente quer compartilhar", dito pela autora da expressão:

Ora vamos cá a isto:

As regras são:

1) Exibir o selo no blog (done)

2)Postar o link (de quem oferece, deduzo eu): http://atedurar.blogspot.com/ (done)

3)Dizer quais as "fufuquices" da minha vida;

- Sei lá. Há uma coisa que poderia ser meia "fufuquice", na medida em que é uma coisa que quero guardar para sempre, mas confesso que não gosto de compartilhar, que são os meus amigos. Sou cioso e egoísta demais para democratizar a minha amizade. Não os dou nem empresto a ninguém.
- Gosto, como é bom de ver, de compartilhar gargalhadas, pensamentos, frustrações e preocupações por escrito, e no blog;
- Adoro compartilhar alegrias e odeio compartilhar tristezas;
- A importância crescente de acompanhar os blogs que comento e que, só por isso, são os únicos que eu acho que valem verdadeiramente a pena, começa a preocupar-me e a ocupar-me.(done)

4) Indicar 3 blogs cheios de "fufuquices"

Esta vou passar, e deixo à liberdade de quem me visita a auto-avaliação de achar que o seu blog faz parte do grupo.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Cavalheiros e Damas da Governação

Senhoras e meus Senhores que mandam neste Portugal:

Tive uma ideia:

Porque não fazer de conta que não temos o desemprego a bater nos 10%?
Porque não fazer de conta que não há famílias inteiras a passar fome?
Porque não fazer de conta que não há crise?

Porque não inverter as prioridades? Em vez de governar e fazer efectivamente alguma coisa poder-se-ia:

Pôr os governantes a comentar casos da justiça;
Pôr os noticiários a falar sobre quem pagou o almoço a quem;
Pôr o país a discutir o casamento gay, o Saramago, a Maitê e o apuramento para o mundial.


E NÃO SE FAZIA RIGOROSAMENTE MAIS NADA!!!!


Que tal?


ah.... já tinham pensado nisso....
ah... é exactamente isso que estão a fazer...
ah... pronto... peço desculpa por incomodar...

Nota: vou lá fora a ver se tenho mais ideias bestiais na esperarança que desta feita sejam originais.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Uma aventura no mundo da gripe


E pronto! Já está! Foi desta! Não há nada a fazer! Tungas! Bingo!

Febre, dores musculares, blá, blá, blá, o mundo a parecer que ia acabar a qualquer momento.....

Será o tal do H1N1? Fui ver....

Nos dois primeiros dias, tratei a coisa como de costume. Muita água, antipiréticos, mezinhas de outros tempos, cocktails de vitaminas e medicamentos, e a coisa não passava....

Ó Raios!

Hummmm, lá marquei o 808 24 24 24 (É só a mim que este número faz lembrar aquelas “mi-liga-vai” hot lines dos anos 90?). Alguns minutos depois de estar a ouvir uma musiquinha tão fatela que quase que podia jurar que estava também a infectar o ouvido, eis que a Sr.ª Enfermeira X me começa a dar conversa. Tinha uma voz tão doce e sensual que quase estive para convidar a criatura para um café, mas como ela iria pensar que eu estava a delirar com febre e seguramente mandaria uma horda de enfermeiros e paramédicos senegaleses sodomitas para me silenciarem, achei por bem refrear os meus instintos e limitar-me a relatar objectivamente os meus sintomas.

Veredicto final: “Desloque-se na sua própria viatura ao Centro de Saúde tal, ponha uma máscara na cara e diga que vai mandado da linha Saúde 24.” O que eu interpretei como “Estás tramado, espeta-te contra um muro e não digas que vais daqui!”. Nem sequer tive tempo para lhe dizer que POR ACASO tenho viatura própria. E se não tivesse? E a Máscara? A única coisa com esse nome que tinha em casa era uma de “Máscara de argila verde” que a C. lá deixou da última vez que me fez uma visita. Serve? Meto aquela nhenha na cara e apareço tipo mutante marciano? Não criará alarme? Ninguém vai achar estranho um gajo chegar naqueles preparos?

Cheguei ao Cento de Saúde onde estavam cartazes na porta a dizer “Se está com sintomas de gripe, desinfecte as mãos nos dispensadores antes de entrar e ponha uma máscara”. Está bem, está! Se houvesse!
Depois de me ter enganado no edifíco, no andar, de me terem mandado para os arrumos, de me terem dito que afinal não era ali, lá cheguei ao sítio certo. Dezenas e dezenas de pessoas. Não deixa de ter piada a democraticidade que a coisa gerou, pois como os profissionais andavam todos de máscara e bata, só se vendo os olhos, não dava para reparar quem eram os auxiliares, os médicos ou enfermeiros. Eram todos iguais.
Interpelei a primeira que me apareceu e o diálogo surreal aconteceu. Apontando para a máscara que ela tinha nas trombas disse:

- “Boa tarde, eu acho que preciso de uma coisa dessas.
- Ai sim, porquê?
- Porque tenho a unha do dedo grande do pé encravada.
- Como?????????
- Ó minha senhora, isto não é o centro de atendimento da Gripe A?
- É.
- Então tente lá pensar um bocadinho.......
- há... Então toma."

Peguei na máscara com a mão que tinha livre, para assim ficar com as duas ocupadas e não me tentar a mandar-lhe um chapo nas fuças seguido de um “então toma tu também”.

E eis que a democracia acaba aqui, pois a máscara deles tem uns elásticos que são muito práticos para pendurar nas orelhas e as que dão ao povo têm umas tretas que aquilo só com 4 pessoas à volta é que vai ao sítio.
A sala estava cheia de gente a tossir e a espirrar, e eu ia pensando em relação à gripe A que se não a tivesse, era ali que a ia apanhar se lá ficasse mais uns minutos. Por sorte encontrei o médico no corredor, que depois de me perguntar o que se passava e o que estava a tomar me disse que estava muito bem assim e para voltar para casa que isto passava.

Saí dali o mais rapidamente que pude. Fui para casa. E passou.

Tanta treta, tanto plano de contingência, tanta precaução, tanto alarme e depois.... isto. Enfim....

Onde é que anda o gajo?

.....Perguntarão Vossas Excelências....

Pois bem, não tenho dito nada por aqui na medida em que estive com gripe. Não foi a A (acho eu, mas depois já aqui venho dizer a minha aventura no Centro de Saúde), mas foi suficiente para me arrasar fisicamente.

Até já e uma boa semana abençoada! (Que da maneira em que está molhada.....)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Descobertas do dia-a-dia

Nota importante: O cão gosta de sushi.

Nota MUITO importante: Nunca mais deixar bifes de atum a descongelar e sair de casa para ir trabalhar.

resposta a repto III


Desta vez foi o Daniel (do danielandgabriella.blogspot.com) que me lançou o repto.
Assim, desta feita:


Para participar no desafio é preciso:

1º Seguir as regras;

2° Levar o selo acima que identifica quem está, esteve ou estará no desafio;

3º Completar as seguintes frases:

a) Eu já ...
b) Eu nunca …
c) Eu sei ...
d) Eu quero …
e) Eu sonho …

4º Depois de completar a frase com suas respostas indicar 5 blogues para dar sequência ao desafio.


Ora bem... aqui fica!


a) EU JÁ fui menos ingénuo (e tenho saudades disso);

b) EU NUNCA disse nunca na vida. Nunca!

c) EU SEI um segredo estrondoso capaz de fazer tremer os alicerces deste país (mas como é segredo não vou poder revelar);

d) EU QUERO um dia acordar de manhã sem ter vontade de fechar logo os olhos;

e) EU SONHO horrorizado com o dia em que tenha um pesadelo onde não me deixam sonhar mais.

Passo o desafio: à Joaníssima, à Maria Teresa, à Ana Serrano, à MF e à Anna^

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Manifesto a favor desta merda toda

Acabou o” manifesto anti esta merda toda”.

Faltou a parte IV, eu sei, mas seria no fundo uma súmula do que se passa por aí à escala do que se passa aqui, no caixotinho onde vivo.
E agora?
Fugir? Emigrar? Fechar os olhos e fazer de conta que não é nada?
Sou de cá. Sou Português (com maiúscula). Amo a minha Pátria e não tenho medo de utilizar a palavra Pátria para descrever este canto onde vivo. É o meu canto, é a minha gente, é a minha alma. A nossa bandeira vale mais que tudo isto, o nosso Hino continua a arrancar-me lágrimas cada vez que o ouço.
Foram milhões e milhões os que deram a vida para que possamos hoje ter um território, uma língua, uma cultura, uma vida, uma... Pátria.
De facto estou farto de “tanta merda”, mas só por tê-lo dito, de pulmões abertos, já foi bom. E saber que há mais que pensam como eu, foi muito bom.
Não me resigno. Não quero ser nem um velho do Restelo, nem incorporar um “treinador de bancada”. A maior parte das vezes, sinto que estou sozinho na tentativa de levar civilidade onde ela parece já não existir. Sujeito-me a ouvir bocas, quem sabe até um murro nas trombas um destes dias.
Mas não posso, não quero nem consigo ficar quieto. Amo demais a minha Pátria para me limitar a mandar bocas ou dizer que “isto vai de mal a pior”, e vê-la a definhar como ser entrevado que ainda respira mas já lhe preparam o enterro.
A nossa grandiosidade como povo sempre passou por não nos deixarmos abater e conseguir combater na adversidade. E se conseguimos isso durante séculos, porque raio não é possível reeditar essas façanhas que nos estão no sangue para os desafios que temos hoje?
Basta querer. Eu faço a minha parte. Se amanhã um outro começar a fazer a sua, e assim por diante, estou convencido que “ainda há volta a dar a isto”.
E valerá a pena... por esta merda toda.

Boa semana.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Manifesto anti esta merda toda

Parte V - No Ensino


Estou farto.
Estou farto que batam nos professores. Lembro-me (e também era errado) quando os professores batiam nos alunos. Mas havia respeito.
Estou farto de ver professores, escolas, ensino e educação em geral serem maltratados.
Estou farto de ver alunos (e eu fui um bem contestatário!) confundirem liberdade com anarquia, reclamarem direitos e rejeitarem basilares deveres.
Estou farto de ver pais depositarem (sim, este é o termo correcto) os filhos nas escolas e demitirem-se das suas funções de educadores. Os professores não têm que educar ninguém. Não é essa nem a sua função nem a sua competência. Eles têm, sim, que formar e informar. A educação tem que ser em casa. E parece que a educação está como a casa: hipotecada.
Estou farto que as criancinhas se façam de santinhas em casa, e sejam capazes do maior terrorismo urbano na escola e que depois os pais achem impossível que os seus rebentos sejam capazes de tais asneiras, vindo em defesa dos meninos que na realidade não conhecem, irrompendo pelas escolas, demosntrando as verdadeiras bestas que são, e arreando em tudo e todos os que lhes aparecem à frente.
Estou farto que papás que não sabem fazer uma equação peçam contas à escola. Esses mesmos papás que trocam a sua obrigação de educar pela “playstation” para que as crias não chateiem em casa.
Estou farto do facilitismo que grassa hoje em dia no ensino. Já quase não é preciso estudar, trabalhar, ler, investigar, porque já é quase impossível reprovar um aluno (a verdade é que é mais complicado para um professor, mesmo que o aluno o mereça, “chumbar” a criatura, pois tem que fazer relatórios, justificações, planos disto e daquilo, do que o aprovar mesmo que não mereça). As bibliotecas foram substituídas pelo Sr. Google e pela Sr.ª D. Wikipedia.
Estou farto que ninguém respeite as escolas, pessoal docente e não docente, e que o que conte para a fotografia sejam as estatísticas estatais forjadas num bacoco sucesso construido com base no facilitismo e nas aparências.
Estou farto que, no meio disto tudo, se culpem as crianças, quando a verdadeira responsabilidade da sua péssima educação e resultados é exclusivamente dos pais alheados da vida escolar e até pessoal do seus filhos e que de tão estúpidos e ignorantes, sejam incapazes de ver os monstros que estão a criar.
Estou farto de saber que o futuro deles está aí à porta e que teremos milhares de jovens com “canudo”, é certo, mas que não sabem construir uma frase, fazer uma conta, acharem que Sartre é uma marca de roupa, um arquipélago é um tipo de tartaruga, o agente da passiva é um toxicodependente ou que um verbo defectivo é uma maneira chique de defecar.
Estou farto disto tudo e vou “ter k aproveitar enkto poço pra excrver cmo sei, pk n tarda xó axim é k m pxebem”.

Deus me dê paciência, porque se calha a enganar-Se e dar-me força, não responderei por mim.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Interrupção no manifesto


Em teoria hoje seria o dia da parte IV do manifesto (No prédio).

No entanto, pelo menos hoje não será (e não sei se será), mas a parte V está assegurada.

E porque raio não sai hoje a parte IV? Porque estou obcecado com uma situação que vivi e que faz com que não consiga discorrer sobre o que me propus.

Acontece que Sábado (e não Domingo) decidi passar pelo cemitério. Como sempre. Sem pretensões, sem vaidades, sem adereços.

Depois de ter que conduzir a 3 Km/h nas últimas centenas de metros antes de lá chegar, sob o olhar atento dos agentes da autoridade estrategicamente de costas voltadas para os pelo menos 4 arrumadores de ocasião (cof..cof.. cof... perdão... cof.. cof..cof.. já devem ter andado nas "novas oportunidades", logo vamos chamar-lhes técnicos auxiliares de aparcamento), eis que começo a vislumbrar o panorama que de alguma forma já tinha previsto:

Bancas e bancas de velas. Brancas, vermelhas, amarelas, com ou sem santos autocolados, de todos os tamanhos e feitios.
Ok.... típico e normal...

Bancas e bancas de floristas, com tudo o que é espécie de flor (para a ocasião ou não, naturais, de plástico ou papel...) para todas as carteiras.
Sem dúvida que já fazem parte do quadro.... ok...

Dezenas e dezenas de escuteiros a vender calendários de bolso, de parede e autocolantes.
Sim.... até agora tudo normal.

Mas.... Quem deixou ali pôr, mesmo ao pé do portão (além de estar a tirar 5 lugares de estacionamento) a roulote das "FARTURAS DA TÂNIA"????

- "Olha, onde vais?"
- "Ao cemitério"
- "Tens lá familiares sepultados?"
- "Nãaao... Está lá a Tânia que faz uns churros com chocolate QUE É DE MORRER".

P* que pariu!!!!

Não vou comentar. Façam o obséquio... Que a minha educação não permite que transforme em palavras escritas os impropérios que me vão na alma.