As saudades eram de facto muitas. Há quanto tempo, Al.??? Quase dois anos. Mas as verdadeiras amizades são assim. Podem ter sido quase dois anos, mas quando nos reencontramos o espírito é aquele de "que fizeste na semana passada?".
Fomos ao seu restaurante favorito, nos únicos e peculiares subúrbios de Londres.
A mesa posta, à nossa espera. Um Prosecco soberbo a abrir as hostilidades e um genial Chianti a acompanhar as palavras que saíam e nos faziam ora rir escabrosamente, ora limpar lágrimas que caíam descontroladamente. A verdadeira amizade é assim.Não conhece limites, não conhece o que é socialmente correcto ou incorrecto, não conhece hora certa ou incerta, não conhece outra coisa que não seja a luz mesmo no meio da escuridão.
Quantas horas estivemos no restaurante?
Quantas horas estivemos a passear depois do jantar?
Quantos abraços demos?
Quanto tempo estivemos de mãos dadas?
A verdadeira amizade não conhece circunstancialismos de tempo ou lugar.
Exaustos, fomos descansar. Daqui a poucas horas terás que trabalhar e eu terei que continuar. Para longe. Mas já sabes minha britânica amiga, e se tinhas dúvidas, desapareceram. Sempre te trouxe no coração e daqui a pouco levo mais um pouco de ti, levo a alma cheia, vais também comigo.
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Tempo só para ver alguns mails, confirmar o que já estava confirmado e afundar-me na cama. Deixei a persiana da enorme janela aberta e, enquanto ouvia uma coruja debitar a sua sabedoria, entreguei-me nos braços de Morfeu. Suspirando, de alma a transbordar, ainda me lembro de mandar um berro na língua que ainda hoje nos une para que ela ouvisse: GRAZIE!!!!!!
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Cinco da manhã. Terei efectivamente dormido? A casa estava escura, o dia ainda não tinha nascido. Desci depois de me ter arranjado para tomar o pequeno-almoço e ir para a rua. O Táxi que me levaria ao aeroporto não tardaria a estar à porta. A Al. ainda dormia. Antes de sair, peguei numa folha de rolo de cozinha e escrevinhei meia dúzia de frases e meti dentro da sua carteira.
Já a mala estava dentro do Táxi, e eu com meio corpo dentro do carro, quando ouço um "Hei!!!". Olho para a origem do som. Era a Al. Estremunhada e de pijama, estava à janela. "Dimmi!", respondi-lhe. "GRAZIE!!!!", gritou.
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Ci vedremo. Presto. Ne sono sicuro.
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Já em Heathrow, parei para admirar (pois... a minha paixão por aviões...) o A340-600 que me levará à minha próxima etapa. Serão sete horas de viagem.
Estou por minha conta agora. Começo por tentar reparar nas mais de 300 pessoas que embarcarão comigo neste voo. Não vale a pena. Vamos a isto.
SEMPRE EM CASA
Há 1 dia