sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ventos de mudança (ou como tento desesperadamente manter este blog, escrever coisas sérias, oportunas ou não, ou como um título pode ser enorme)

Tenho seguido atentamente a actualidade internacional, nomeadamente estas "revoluções" que se iniciaram na Tunísia, tendo-se alastrado, umas com mais sucesso, outras com mais insucesso, ao Iémen, Egipto (com P), Bahrein, Irão e Líbia.
Temo que estes ventos de mudança sejam prenúncio não de uma bonança mas de um vendaval ou de uma borrasca digna de alerta vermelho pela nossa protecção civil.
A verdade é que vejo atónito as reportagens jornalísticas de cadeias de televisão de todo o mundo (fiz questão de ir vendo o ponto de vista da CNN, da BBC, da RAI, da Al Jazeera, e claro está, das nossas portuguesinhas). É escandalosamente visivel a histeria de jornalistas e comentadores que falam à boca cheia de "liberdade", "democracia", "nova era", "despertar", etc, etc.
A verdade é que por mais que me custe, não consigo ver o rosto de uma oposição, de uma ideia séria por trás destes movimentos. Já não sou inocente o suficiente para acreditar que são manifestações espontâneas de "descamisados". O ocidente lança foguetes e apanha canas a cada dia que passa, subestimando (o que é muito mau) ou ignorando (o que é pior) o que está por trás de todo este processo. Curiosamente (exceptuando o Irão) todas estes tumultos se dão em países em que a pseudo-democracia (não nego que nenhum deles seja uma oligarquia ou ditadura encapotada) é manifestamente pró-ocidente e onde os costumes e fanatismo islâmico é mitigado. Ora isto leva-me a crer, vendo que a Irmandade Muçulmana já começa a assomar ao postigo da oportunidade, que se a coisa estava mal, pode efectivamente piorar. Não deve o ocidente já congratular-se com a mudança quando esta pode trazer um pesadelo. É que ninguém parece lembrar-se que a Irmandade Muçulmana era precisamente e de uma forma aberta, contra os regimes da Tunísia, Líbano, Egipto, Líbia e Marrocos (does that rings a bell????) por serem demasiadamente pró-ocidentais, sendo o lema da organização: "Deus é o único objetivo. Maomé o único líder. O Corão a única Lei. A Jihad é o único caminho. Morrer pela Jihad de Deus é a nossa única esperança".
Tenho medo. Muito medo que estes barulhos de estouros que ouvimos e que cremos que sejam de foguetes a comemorar a liberdade não sejam o aviso dos estouros que ouviremos nas nossas ruas e nas nossas cidades daqui a pouco quando os países "libertados" revelem verdadeiramente as suas intenções para connosco.

Deus, Alá, Buda, Shiva, ou quem quer que seja que interfira com isto, que meta juízo naquelas cabeças. Por favor.

6 comentários:

  1. Tens toda a razão! Desde o princípio que temo a tomada do poder pelos extremeistas islâmicos. Todos esses países são um barril de pólvora mas a comunicação social, como é hábito, quer é dar conta do "folclore" da animação dos manifestantes sem aprofundar o que lhe subjaz!

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  2. Ah! Voltei para te dizer que, escrevas ou não muito, gosto de te ver por aqui! :))

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  3. você, meu compadre, é o meu nuno rogeiro privativo... só que mais bonito!! : )

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  4. Apenas reforço, ninguém vê o que está por detrás de toda esta motivação? E vou mais longe,iremos ter daqui por uns anos uma Europa dominada pelo islamismo fundamentalista?

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  5. pois é, assunto complexo... tem mto poder, dinheiro e interesses obscuros envolvidos nessa confusão... é difícil de acompanhar, não é?

    bju pra vc e um ótimo fim de semana
    http://qrolecionar.blogspot.com

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  6. Concordo! Tudo isto me parece demasiado dirigido...

    Bjokas

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