Desde Domingo que faço contas à vida.
Como será o novo governo? E o meu futuro?
Para que não seja apanhado desprevenido, criei já o meu plano de contingência (é in ter um agora, seja para o que for). Eis as possibilidades até agora e minhas respectivas soluções:
Hipótese 1
PS sozinho em minoria:
Compro um balde gigante de pipocas e bilhete inteiro de temporada para o parlamento ( mas com a ressalva de devolução do dinheiro caso o governo não chegue ao fim da legislatura), que a coisa promete.
Por via das dúvidas, andarei sempre com uma caneta no bolso, não vá haver umas eleições à espreita na esquina.
Compro um bloco A5 onde desenho uma grelha com uma coluna para data, outra para manifestação, outra para números de adesão adiantados pelos sindicatos, outra para números de adesão dados pelo governo e uma última para contabilizar os minutos de vitimização que serão carpidos pelo PM na comunicação social.
Por via das dúvidas, andarei sempre com uma caneta no bolso, não vá haver umas eleições à espreita na esquina.
Compro um bloco A5 onde desenho uma grelha com uma coluna para data, outra para manifestação, outra para números de adesão adiantados pelos sindicatos, outra para números de adesão dados pelo governo e uma última para contabilizar os minutos de vitimização que serão carpidos pelo PM na comunicação social.
Hipótese 2
PS e CDS/PP:
Tomo pequeno-almoço com padres, almoço com bancários e janto com sindicalistas da UGT, à cautela.
Tento desesperadamente entrar na Opus Dei e na Maçonaria ao mesmo tempo.
Vou à primeira parafarmácia que encontrar, compro 70Kg de aspirinas, que só assim é que a coisa me parece se vai aguentar.
Tento desesperadamente entrar na Opus Dei e na Maçonaria ao mesmo tempo.
Vou à primeira parafarmácia que encontrar, compro 70Kg de aspirinas, que só assim é que a coisa me parece se vai aguentar.
Hipótese 3
PS, CDU e BE:
Deixo de usar fato e gravata (que ser alvo fácil de snipers revolucionários é coisa que me assusta), ponho uma cara de zangado com a vida e deixo crescer a barba.
Deixo de trabalhar, escondo o facto de ser licenciado, pós-graduado, e de ter queimado muitas pestanas e suado as estopinhas para chegar onde cheguei por mérito e esforço próprio, deixo de tomar duche todos os dias, visto andrajos e ponho-me a exigir uma casa, uma nova oportunidade , o rendimento mínimo e mais uns quantos subsídios novos que hão-de aparecer. Ao mesmo tempo vou tentando discretamente perceber para que país fujo.
Deixo de trabalhar, escondo o facto de ser licenciado, pós-graduado, e de ter queimado muitas pestanas e suado as estopinhas para chegar onde cheguei por mérito e esforço próprio, deixo de tomar duche todos os dias, visto andrajos e ponho-me a exigir uma casa, uma nova oportunidade , o rendimento mínimo e mais uns quantos subsídios novos que hão-de aparecer. Ao mesmo tempo vou tentando discretamente perceber para que país fujo.
Hipótese 4
PS e BE:
Vendo tudo o que tenho de valor (carro incluído que quem tem um e não anda de transportes públicos é de burguês fascista) e escondo o dinheiro.
Faço uma fogueira onde queimo a minha roupa considerada mais burguesa e invisto em roupa de feira para passar despercebido na rua.
Faço uma limpeza a fundo cá em casa para ir preparando o dia em que me vai entrar por aqui adentro uma qualquer força milicio-popular-revolucionária a dizer que a casa é do povo e me levarem os pertences que ainda me restarem.
Com o dinheiro escondido nos sapatos e meia dúzia de trapos faço-me à estrada durante a noite e fujo do país.
Faço uma fogueira onde queimo a minha roupa considerada mais burguesa e invisto em roupa de feira para passar despercebido na rua.
Faço uma limpeza a fundo cá em casa para ir preparando o dia em que me vai entrar por aqui adentro uma qualquer força milicio-popular-revolucionária a dizer que a casa é do povo e me levarem os pertences que ainda me restarem.
Com o dinheiro escondido nos sapatos e meia dúzia de trapos faço-me à estrada durante a noite e fujo do país.
Por via das dúvidas tenho dedicado duas horas por dia a:
- treinar o cão para ser capaz de levar os seus haveres embrulhados num pacotinho preso aos dentes;
- aprender a tocar viola;
- decorar algumas músicas de intervenção.
- aprender a tocar viola;
- decorar algumas músicas de intervenção.